Veja como está o mercado de soja, milho, mandioca e ovos
Levantamento do Cepea mostra que os preços internos da soja se mantiveram firmes nos últimos dias, sustentados pela alta do dólar. Por outro lado, os aumentos domésticos foram limitados pelas expectativas de estoques nacionais elevados.
Segundo pesquisadores do Cepea, poucos são os agentes ativos no spot. Enquanto parte dos consumidores se mostra abastecida para o médio prazo, muitos produtores evitam comercializar grandes volumes – atentos à valorização do dólar frente ao Real, que tende a atrair importadores para o Brasil.
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Outro fator que reforçou a retração de agentes foi o fato de o sindicato de indústrias esmagadoras de soja na Argentina ter anunciado greve na quinta-feira, 27, contexto que pode redirecionar a demanda internacional ao Brasil nos próximos dias, ainda conforme pesquisadores do Cepea.
MILHO
Os preços do milho estão em queda na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Um dos motivos é a colheita da segunda safra em ritmo mais adiantado neste ano, o que tem elevado a oferta do cereal em muitas praças, como Paraná e Mato Grosso.
Segundo pesquisadores do Cepea, parte dos produtores está mais flexível nas negociações de novos lotes, mas demandantes limitam as compras, priorizando o recebimento do milho já adquirido antecipadamente. Além disso, a disponibilidade global na atual temporada está elevada – tendo em vista as maiores produções nos Estados Unidos e na Argentina.
Ainda conforme pesquisadores do Cepea, nem mesmo a valorização do dólar foi suficiente para conter os recuos no spot. Mesmo assim, o avanço da moeda norte-americana pode elevar a paridade de exportação e permitir altas nas cotações internas.
MANDIOCA
A falta de chuvas por mais uma semana agravou o quadro de estiagem e interrompeu o avanço do plantio e da colheita de mandioca em muitas regiões acompanhadas pelo Cepea no encerramento de junho.
Como resultado, indústrias de fécula tiveram maiores dificuldades para se abastecer, inclusive em praças mais distantes, e as cotações da matéria-prima continuaram subindo, conforme levantamento do Cepea.
Na média de junho, após seis meses consecutivos de queda, o preço nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu 3,4%, para R$ 432,84/t (R$ 0,7528 por grama de amido), voltando ao patamar de março deste ano.
Previsões do Inmet e do Cptec apontam que chuvas em maiores volumes nas regiões produtoras de mandioca são esperadas apenas para meados de julho, quadro que deve manter a oferta restrita e os preços da raiz em alta, especialmente com a maior demanda pelos derivados.
OVOS
As cotações dos ovos comerciais encerraram junho com fortes quedas em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, a pressão veio do típico enfraquecimento da demanda em final de mês.
A expectativa dos colaboradores consultados pelo Cepea é que o fluxo de vendas se normalize após a virada do mês. No entanto, agentes ressaltam que o período de férias escolares pode limitar o volume das negociações em julho, devido à redução das compras da proteína para a merenda.
(Com CEPEA)