Um mês de protestos: Produtores gaúchos clamam pela securitização

Há exatamente um mês, máquinas agrícolas posicionadas às margens de importantes rodovias do Rio Grande do Sul vêm chamando atenção e pedindo apoio ao setor agrícola, que enfrenta dificuldades devido às recentes estiagens e enchentes. Essas condições climáticas adversas causaram sucessivas quebras de safra, colocando em risco a economia de muitas regiões do estado.
Os cartazes expostos pelos agricultores, na sua maioria, solicitam a aprovação do Projeto de Lei 320/25, conhecido como PL da Securitização. Essa proposta visa prorrogar as dívidas dos produtores rurais por até 20 anos, além de oferecer condições de pagamento mais favoráveis. Sem essa prorrogação, muitos agricultores estão sem condições de investir na próxima safra, pois com o CPF bloqueado nos bancos, eles não conseguem acessar novos créditos para plantar as safras de inverno e verão que estão por vir.
“Quem vai pagar a conta não é o andar de cima”, alerta FPA
Apesar da autorização do Conselho Monetário Nacional (CMN), em maio, para o adiamento de dívidas vencidas em 2025 por até três anos, o setor agrícola não ficou satisfeito. Segundo o advogado especialista em agronegócio, Francisco Torma, a medida não atende às necessidades específicas do Rio Grande do Sul. Ele explica que, normalmente, os bancos podem renegociar dívidas respeitando um limite de 8% da carteira agrícola, mas esse limite foi ampliado para até 23% neste ano, uma exceção voltada especialmente para o estado.
Diante dessa situação, os agricultores continuam realizando protestos em diversas regiões do estado. Tratoraços têm sido feitos para conscientizar a população urbana sobre a importância do setor primário para a economia gaúcha, que depende bastante da agricultura.
No norte do estado, a mobilização por renegociação de dívidas completou um mês nesta sexta-feira (13). Os agricultores pedem a securitização das dívidas agravadas pela estiagem que prejudicou a safra de verão.
Se o projeto de securitização não avançar nas comissões do Senado, entidades do setor alertam que poderá haver uma redução significativa na área plantada na próxima safra 2025/26, o que afetará toda a economia do estado.
Os agricultores continuam na luta por condições melhores e por um apoio que permita que o setor agrícola do Rio Grande do Sul siga produzindo e gerando renda para toda a população.