04 de julho: O agro vai parar!

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Os produtores rurais gaรบchos ainda nรฃo conseguiram fechar os cรกlculos sobre a dimensรฃo do prejuรญzo no pรณs-enchente. A conta sรณ aumenta, assim como a angรบstia de nรฃo enxergar um horizonte que indique de onde virรฃo os recursos para recuperar o que se foi e dar a volta por cima.

Na prรณxima quinta-feira, dia 4 de julho, o Agro gaรบcho promete parar! Uma grande mobilizaรงรฃo estรก sendo organizada. Em poucos dias, jรก sรฃo mais de 5 mil pessoas envolvida com o movimento em todo o estado.

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O setor vรช neste encontro, a oportunidade de gritar por apoio que permitam a reconstruรงรฃo do agronegรณcio no Rio Grande do Sul. “Os produtores perderam soja e arroz que tinham para colher. Alguns perderam parte da criaรงรฃo, mรกquinas, infraestrutura, muitos perderam a terra porque o rio entrou nas รกreas mais baixas e lavou o solo, a รกgua trouxe muita areia e pedra. A situaรงรฃo รฉ terrรญvel. Diante do caos demos inรญcio a esse movimento apoiando o pleito da Farsul, que foi encaminhado para o ministro da Agricultura Carlos Fรกvaro, pedindo prorrogaรงรฃo das dรญvidas. A mobilizaรงรฃo ganhou corpo. ร‰ totalmente apartidรกrio. Conseguimos apoio de 80% das prefeituras e de todas as cooperativas da regiรฃo, sรฃo mais de 150 ofรญcios em apoio ร  manifestaรงรฃo”, diz Lucas Scheffer, agricultor do municรญpio de Cacequi e um dos organizadores.

O evento vai acontecer na sede da Fenarroz, no dia 4 de julho, a partir das 8h, em Cachoeira do Sul, e promete reunir produtores de vรกrias cidades do Estado. “Convidamos lideranรงas polรญticas porque acreditamos que รฉ a hora do diรกlogo.

ร‰ uma forma de fazer com que as autoridades tenham noรงรฃo do endividamento e do agricultor saber como o governo estรก pensando e agindo”, complementa Lucas.

Glรชnio Guimarรฃes, produtor de Sรฃo Gerรดnimo, elenca os principais itens da pauta. “Vamos falar de perda de produรงรฃo, temos muita soja no campo sem colher. Outro grave problema รฉ que perdemos muito solo estruturado, anos de trabalho. Perdemos capacidade produtiva, biota de solo, matรฉria orgรขnica, solos que retiam รกguas e nutrientes estรฃo todos lavados, com crateras imensas.

O terceiro ponto รฉ a arrecadaรงรฃo do Estado, como vai ficar. O quarto ponto รฉ a escalada de desemprego, porque nรฃo estamos conseguindo trabalhar. Precisamos de recurso federal o quanto antes, precisamos voltar a produzir”.

Grazielle Camargo, produtora rural de Sรฃo Sepรฉ acredita que a roda de conversa pode gerar possibilidades. “Desde as chuvas do inรญcio de maio jรก se passaram 60 dias e atรฉ o momento nรฃo existe nenhuma soluรงรฃo para que os produtores do Rio Grande do Sul possam permanecer na atividade. Temos que lutar por isso”.

O casal Edinara Rodrigues e Sรญlvio Lopes Nova Santa Rita, reforรงa o convite contando parte da prรณpria histรณria. “Nesta enchente perdemos quase tudo, menos a vontade de trabalhar. Sรณ nos sobrou o trator. O chamado รฉ para todos os produtores e todas as culturas. A nossa รบnica bandeira รฉ a bandeira do Rio Grande do Sul, precisamos reconstruir esse Estado e fazer um agro mais forte ainda”.

(Da Redaรงรฃo)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciรชncias Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veรญculos de comunicaรงรฃo impressos. Atuou na Assessoria de Comunicaรงรฃo para empresas e eventos, alรฉm de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuaรงรฃo. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relaรงรฃo com o Jornalismo especializado, com รชnfase no setor do Agronegรณcio.

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