Mapa de Aptidão Agrícola do Brasil é atualizado

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

FEIJÃO EM PLANTIO DIRETO - Foto: ARAÚJO, Sebastião José de

O Brasil conta com uma nova versão do Mapa de Aptidão Agrícola das Terras, ferramenta estratégica desenvolvida pela Embrapa Solos em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O material, elaborado em escala de 1:500.000, oferece uma visão detalhada do potencial agrícola das terras brasileiras, considerando diferentes tipos de uso e níveis de manejo.

O mapa avalia a capacidade das terras para produção agrícola, pecuária e silvicultura, além de indicar áreas onde o uso agropecuário não é recomendado. A proposta é orientar políticas públicas, planejamento territorial e decisões dos produtores, promovendo o uso sustentável dos solos e a conservação dos recursos naturais.

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A metodologia aplicada leva em conta as características naturais do solo, como fertilidade, disponibilidade de água, drenagem, suscetibilidade à erosão e condições para mecanização. Na avaliação específica para silvicultura, também são considerados os impedimentos ao enraizamento. Esses fatores recebem classificações que vão de nulo a extremamente forte, indicando o grau de limitação para cada tipo de uso.

O mapa traz ainda a classificação por três níveis de manejo. O nível A representa práticas agrícolas simples, de baixa intensidade tecnológica, geralmente aplicadas na agricultura familiar. O nível B reflete um manejo intermediário, com uso moderado de tecnologia e investimentos. Já o nível C corresponde à agricultura moderna, altamente tecnificada e com forte aplicação de insumos e equipamentos.

Para cada tipo de solo e condição de manejo, foram atribuídas as classes de aptidão agrícola: “boa”, “regular” ou “restrita” para uso com lavouras. Quando o solo não apresenta viabilidade para cultivo agrícola, o mapa sugere alternativas como pastagem plantada, pastagem nativa ou exploração florestal por meio da silvicultura.

A classificação também contempla áreas consideradas inaptas, que não possuem condições mínimas para atividades agropecuárias sustentáveis. Nestes casos, a recomendação é destinar os terrenos para preservação ambiental ou outros usos não agrícolas.

A elaboração deste mapa utilizou dados do Mapa de Solos do Brasil (IBGE), informações sobre áreas não desmatadas da Amazônia Legal, além de mapas de unidades de conservação e terras indígenas disponibilizados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Importante destacar que as áreas protegidas, como unidades de conservação e terras indígenas, bem como as áreas não desmatadas da Amazônia, foram excluídas da avaliação de aptidão agrícola, reforçando o compromisso com a preservação ambiental.

O desenvolvimento do trabalho segue a metodologia do Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras, criada pela Embrapa, que permite transformar dados técnicos dos levantamentos de solos em informações práticas para planejamento e gestão do uso do solo. A análise considera critérios como tipo de solo, relevo, textura, presença de pedras, suscetibilidade à erosão e outros aspectos físicos que interferem diretamente na capacidade produtiva.

O estudo foi conduzido de forma integrada em todo o território nacional, reunindo dados atualizados de diferentes regiões do país. A versão atual representa uma segunda aproximação dos dados e ainda passará por uma nova etapa de aprimoramento para consolidar e refinar as informações.

Acesse pelos links:

Mapa – https://geoinfo.dados.embrapa.br/catalogue/#/map/6499

Painel de informações – https://geoinfo.dados.embrapa.br/catalogue/#/dashboard/6500

(Com Pensar Agro e Embrapa)

Autor: Fernanda Toigo

Fernanda Toigo

Fernanda Toigo. Jornalista desde 2003, formada pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Iniciou sua carreira em veículos de comunicação impressos. Atuou na Assessoria de Comunicação para empresas e eventos, além de ter sido professora de Jornalismo Especializado na Fasul, em Toledo-PR. Em 2010 iniciou carreira no telejornalismo, e segue em atuação. Desde 2023 integra a equipe de Jornalismo do Portal Sou Agro. Possui forte relação com o Jornalismo especializado, com ênfase no setor do Agronegócio.

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