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Praga ataca frutas e pode gerar perdas de até 100%; saiba onde ela mais aparece

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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Estudos da Embrapa mapearam municípios em todo o País com condições mais favoráveis ao desenvolvimento da drosófila-da-asa-manchada (DAM), praga que ataca pomares de frutas pequenas e pode gerar perdas de até 100% da produção. Identificada no Brasil em 2013, ela afeta principalmente plantações de ameixa, amora, caqui, citros (laranja, limão e tangerina), figo, morango, nectarina, pera, pêssego e uva.

Os estudos apontaram que o mês de novembro é o que apresenta o maior número de municípios com condições favoráveis ao desenvolvimento da drosófila-da-asa-manchada: 2.288, no total. Em contrapartida, junho é o que tem o menor número: 884 municípios.

 

A área mais propícia está na região Sudeste, onde a presença de pomares e as condições de temperatura e umidade favorecem o desenvolvimento do inseto durante todo o ano. Na região Sul, a favorabilidade predomina de outubro a abril, enquanto no Nordeste a aptidão prevalece de maio a outubro, com pico em julho. Na região Centro-Oeste, as quatro unidades da federação têm condições favoráveis entre dezembro e junho. O período mais curto é o da região Norte, de junho a agosto.

Os períodos de inaptidão ao desenvolvimento da DAM também foram sinalizados pelos zoneamentos mensais realizados pela equipe da Embrapa. Para tanto, foram analisados dados de produção agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de forma a identificar os municípios em que há produção das principais plantas frutíferas hospedeiras.

Outra fonte utilizada foi o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).  Rafael Mingoti, analista da Embrapa Territorial, destaca que, ao revelar as áreas e períodos em que o inseto tem condições ótimas para o desenvolvimento, o trabalho aponta quais locais e momentos exigem mais atenção para evitar prejuízos.

 

Drosófila-da-asa-manchada (DAM) 

Drosophila suzukii é um inseto polífago, praga exótica de importância econômica para cultivos no Brasil, onde foi identificada em 2013. É conhecido por Drosófila-da-Asa-Manchada (DAM) ou Spotted Wing Drosophila (SWD), além de mosca-da-cereja ou mosca-do-vinagre.

Originária do sudeste da Ásia, a DAM é considerada uma das mais importantes pragas de pequenas frutas em diferentes países na América do Norte, América do Sul, Ásia e Europa. O inseto-praga possui grande gama de cultivos-hospedeiros, entre eles mirtilo, morango, framboesa, pêssego, uva, amora, amora-preta, cereja, ameixa, caqui, figo, citros (laranja, limão e tangerina) e pera. Pode ocorrer também em damasco, nectarina, seiva de carvalho e flores.

 

As perdas podem chegar a 100% da produção e sua principal estratégia de manejo é baseada no controle químico. Entretanto, algumas características do controle biológico também o tornam uma boa estratégia para o manejo desse inseto. Entre elas, destaca-se a capacidade de muitos parasitoides atacarem as larvas dentro das frutas, onde os agrotóxicos são geralmente menos eficazes. Além disso, os inimigos naturais são capazes de interferir na mortalidade natural de populações de pragas presentes em áreas naturais, nas quais hospedeiros silvestres estão presentes e o controle não é empregado.

Controle biológico: vespas parasitoides são promissoras contra a praga

Para tentar reduzir esses prejuízos, os produtores geralmente lançam mão do controle químico. Por isso, uma das prioridades da pesquisa agropecuária é buscar alternativas e formas de uso mais adequado desses produtos, além de disseminar conhecimentos que favoreçam o uso bem-sucedido do controle biológico.

A equipe de pesquisa da Embrapa tem buscado informações sobre diversos inimigos naturais – fungos, bactérias, vírus, nematoides, predadores e parasitoides – que possam atuar como agentes de controle biológico da drosófila-da-asa-manchada. Na avaliação de Jeanne Prado, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente responsável pela prospecção desses bioagentes de controle, “estudos que aprofundem o conhecimento sobre a praga e as estratégias de controle são sempre necessários, pois abrem um leque de opções nacionais ao controle do inseto”.

Trabalhos baseados em informações técnico-científicas nacionais e internacionais sobre a drosófila-da-asa-manchada e seus inimigos naturais favorecem a prospecção por bioagentes de controle, antes mesmo que sejam realizados estudos laboratoriais ou de campo, complementa.

 

“Buscamos informações sobre inimigos naturais que já se apresentaram no exterior como importantes estratégias de controle e identificamos aqueles já presentes no nosso território ou que possuam habilidades para adaptação e possível sucesso no controle da praga. Ao ser integrada ao manejo em cultivos agrícolas, a estratégia pode auxiliar na redução do uso de produtos químicos”, detalha Prado. A análise mais aprofundada da literatura técnico-científica resultou na priorização de duas vespas como mais viáveis para uso em condições nacionais.

Os cientistas fizeram, então, um segundo mapeamento, para avaliar se as áreas de maior atenção para a proliferação da praga também apresentariam boas condições ao desenvolvimento de uma dessas vespas parasitas, a Ganaspis brasiliensis. O estudo apontou que ela possui aptidão para uso em todas as áreas indicadas como favoráveis também à drosófila-da-asa-manchada, o que permitiria o uso desse recurso biológico.

Leia a pesquisa completa AQUI.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Embrapa)

(Foto: Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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