Estudo analisa custo de produção da uva

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| Um estudo realizado na última semana analisou custos de produção das culturas da uva, da soja, do milho, do leite e do café. O Projeto Campo Futuro levantou dados no Espírito Santo, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Pernambuco e em São Paulo.

O Campo Futuro é desenvolvido pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Os painéis tiveram a participação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras.

 

Em Pilar do Sul (SP), a uva de mesa, produzida em uma propriedade típica da região com oito hectares sendo três cultivados com a fruta, apresentou produtividade de 15 toneladas por hectare, com predominância das variedades Rubi, Benitaka, Brasil e Itália. A comercialização é via intermediários, com preços médios de R$3,50/quilograma de uva.

Após a análise, a propriedade estudada indicou margem líquida negativa, com descapitalização ao longo do tempo, mas também margem bruta negativa, indicando que a atividade não se mantem no curto prazo, pois não consegue arcar com os desembolsos da safra e, portanto, vem sendo subsidiada por outras fontes de recursos. No que tange à relação de troca, seriam necessárias 25,80 toneladas de uva para arcar com o Custo Total da atividade.

 

Foi analisado também o café conilon em Cachoeiro do Itapemirim (ES), em uma propriedade modal com 15 hectares de área produtiva, cultivo em sequeiro, condução e colheita manual. Os desembolsos com fertilizantes corresponderam a 34% do Custo Operacional Efetivo , seguido pelo desembolso com mão de obra em 27% e defensivos agrícolas com 14%.

Em Dourados (MS), foi a vez da soja e do milho. Segundo o levantamento, a seca severa comprometeu a safra de verão 2020/21, com a colheita média de 20 sacas por hectare para soja.

 

Os gastos com insumos em geral no cultivo da oleaginosa subiram 150% em relação à safra anterior. Para os fertilizantes e sementes, as altas foram de 151% e 111%, respectivamente. Devido à alta infestação de percevejo, o custo com inseticidas subiu 261%. Já para os herbicidas, o aumento foi de 448%.

Em relação ao milho 2ª safra, foram colhidas em média 85 sacas por hectare. Os gastos com insumos no cultivo do cereal subiram 147% em relação à safra anterior. As maiores altas foram observadas foram para os fertilizantes (163%), herbicidas (523%) e inseticidas (376%).

 

O levantamento também apontou que a chuva em excesso na colheita, em Sinop (MT), resultou em 62 sacas por hectare em média. Os custos com sementes subiram 80% para a oleaginosa e 72% com fertilizantes. Para o milho, as condições climáticas foram boas, permitindo que os produtores colhessem 110 sacas por hectare em média. Por outro lado, o custo com fertilizantes cresceu 137%. Já para os fungicidas, o aumento foi de 198%.

O Campo Futuro também analisou a produção de leite em Buíque (PE) e Bodocó (PE), com propriedades modais de leite 60 e 40 hectares, respectivamente.

 

No município de Buíque, na quinta, foi identificada a ordenha de 35 vacas de linhagem Girolando, produzindo cerca de 580 litros diariamente. Já nas propriedades em Bodocó, analisadas na sexta, são produzidos 210 litros de leite diariamente.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com CNA)

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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