Foto: Envato

Produtores estão preocupados com alto preço dos fertilizantes

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Nos últimos meses, os fertilizantes estão no ponto alto de discussões do agronegócio. Depois da pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia deixou um cenário de incertezas e muita preocupação com a cadeia produtiva brasileira, deixando o mercado desse setor muito instável. Ao mesmo tempo que a importação aumentou, os altos preços geram alerta aos produtores.

Mas o temor gerado pela possível falta dos produtos fez com que o Brasil fosse atrás de outros fornecedores, no Porto de Paranaguá, no Paraná por exemplo, as operações foram alteradas para receber toda carga de fertilizantes que aumentou 14%, já que 44 países exportaram fertilizantes para o Brasil em 2022: “A partir da insegurança numa zona de conflito que normalmente fornecia o fertilizante, o importador passou a olhar outros mercados. China, Marrocos, o próprio Canadá também, enfim, outros mercados passaram a fornecer o fertilizante para o Brasil”, disse Luiz Teixeira Júnior – diretor de operações do Porto de Paranaguá.

 

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ALTO CUSTO DE PRODUÇÃO

Em maio, o Brasil importou 4 milhões de toneladas de fertilizantes representando 58% a mais em relação o mesmo período do ano passado. Só que ao mesmo tempo que a importação aumentou,  o custo do produto também subiu. De um ano pra cá os preços dobraram.

O produtor rural sabe bem o quanto esse aumento nos preços impactou na produção. O Seo Jorge Ales está nos preparos para o plantio de trigo, onde usa em média de 750 quilos de fertilizantes por alqueire, representando mais ou menos 30% do custo total.

“Daí tem o custo óleo diesel também está muito absurdo o preço, né e os outros insumos também tudo, está tudo está tudo alto o preço. Dobrou tudo, tem produto que triplicou o valor. A gente não pode repassar isso aí pra frente porque o preço do trigo não é a gente que faz. A gente só paga o adubo caro mas não é a gente que faz, não tem como repassar pra frente”, detalhou o produtor Jorge.

 

DIFICULDADE LOGÍSTICA

Uma outra preocupação está na logística dos fertilizantes, já que em algumas regiões, os agricultores temem ficar sem o produto por conta da dificuldade do transporte aliada aos altos preços. No Mato Grosso, essa situação se tornou uma dor de cabeça  para o agronegócio. O estado que é o maior produtor de soja do país pode ter atraso no plantio, caso os produtores demorem para comprar os insumos necessários.

“Muitas vezes tem produtor aguardando e pensando da seguinte forma: Se for pra comprar mal eu vou esperar pra comprar depois, porque ele acha que hoje o preço está muito além da realidade, elevando demais o custo. Não deixa de ter razão, só que se comprar depois, acredito que vai ser difícil ele ter esse produto na hora de fazer a aplicação correta”, detalhou Paulo Pistori, gerente comercial de fertilizantes.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Band)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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