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Café solúvel tem queda de 4,7% em exportações
#souagro | O Brasil exporta café solúvel em média para 99 países. Mas elas estão sendo afetadas pelos conflitos na Europa. Houve um recuo de 4,7% no primeiro quadrimestre de 2022, de acordo com o relatório estatístico da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics). Foram 1.221.603 sacas de 60 kg, exportadas. Enquanto que no mesmo intervalo do ano passado, o país remeteu 1.282.454 sacas.
Conforme os números levantados, o desempenho negativo reflete os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, cujas importações do café solúvel brasileiro, juntas, caíram 66.572 sacas de janeiro ao fim de abril.
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“Considerando que nossas exportações totais recuaram 60.851 sacas no quadrimestre, essa baixa na performance até o momento se justifica pela quantidade que deixamos de exportar a essas nações do Leste Europeu desde o início do conflito”, explica o diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima.
À medida que a guerra se alastra, ele entende que os impactos deverão ser significativos, uma vez que Rússia e Ucrânia são, tradicionalmente, grandes clientes do café solúvel brasileiro.
Em 2021, esses países ocuparam, respectivamente, a segunda e a sétima posições no ranking dos principais destinos do produto. “As duas nações são responsáveis por praticamente 13% do volume remetido pelo Brasil ao exterior, tendo importado, no ano passado, o equivalente a 534 mil sacas de solúvel, o que gerou uma receita cambial de US$ 94,4 milhões”, informa.
Lima anota que o colapso em que se encontra a Ucrânia e as consequências das restrições e sanções impostas à Rússia praticamente já paralisaram as importações desses países, afetando diretamente o produto nacional.
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“Os russos não adquiriram nada do solúvel do Brasil em abril deste ano e os ucranianos apenas 519 sacas. No mesmo mês de 2021, por exemplo, eles haviam importado 30.759 sacas e 7.667 sacas, respectivamente”, compara.
Diante de todos os impactos e consequências da guerra, o diretor da Abics revela que o setor de café solúvel do Brasil está “apreensivo e preocupado”, já que ainda continuam os gargalos logísticos, como escassez de contêineres e navios, e os altos custos da matéria-prima para exportar a todo o mundo.
“A continuidade da guerra poderá gerar grandes prejuízos na cadeia produtiva, afetando produtores e indústrias no Brasil. Considerando o cômputo dos números de Rússia e Ucrânia em nossas exportações de solúvel, conforme o tempo que perdurar o conflito, poderemos pensar em perdas de aproximadamente 500 mil sacas e de menos cerca de US$ 100 milhões em ingresso de divisas neste ano”, projeta Lima.
(Ageiél Machado com Abcis)
(Foto: pexels)