Em plena primavera teve neve no Sul; saiba o que o frio pode causar nas lavouras
#souagro| Primavera e frio, parece que isso não combina muito não é? Bom, neste ano as condições climáticas estão causando muita confusão, então tudo está sendo diferente. Nesta sexta-feira (23) por exemplo teve neve no Sul do país. Com registros nas cidades de São Joaquim, Bom Jardim da Serra e Rio Rufino. Segundo Epagri/Ciram que monitora o clima catarinense, São Joaquim registrou temperatura de 0,49 °C às 4h.
Lembrando que não é a primeira vez que o fenômeno acontece em 2022. Já tivemos registros em maio e agosto. Mas com esse frio agora, o que será que ele representa para as lavouras? afinal estamos no começo do plantio da soja. Por isso, conversamos com o agrometeorologista, Reginaldo Ferreira que falou pra gente sobre o cenário atual para o Paraná.
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“As condições meteorológicas para o ano de 2022 não têm sido das melhores que a gente viu. Algumas mudanças muito significativas em relação às condições climáticas em função das mudanças meteorológicas. As condições climáticas são aquelas reinante que sempre acontece, como por exemplo, no inverno. A gente teve o inverno com o mês de julho, com temperaturas relativamente muito elevada, de condições meteorológicas de momentâneo, porque essa não é a condição climática para nossa para nossa região”, diz Reginaldo.
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“A gente tem uma condição relativamente desfavorável em relação ao crescimento do movimento das plantas, que na verdade é uma condição de temperatura relativamente muito baixa. Então vai ser o momento das temperaturas já estarem um pouco relativamente mais elevadas, de forma que o produtor pode depositar os grãos no solo. Ele tem a maior facilidade em função da temperatura do solo, para que na verdade os grãos possa emergir e a cultura comece a crescer, a desenvolver, porque ele precisa dessas duas variáveis: temperatura e umidade. Então a gente tem agora umidade do solo suficiente, mas temos a temperatura relativamente baixa e com a possibilidade da ocorrência ainda dessa semana e início da outra das temperaturas continuarem baixas. A gente tem a entrada de uma frente. Até a gente tem também um ciclone e isso, fez com que as temperaturas ficasse um pouco mais baixa nesse período. Possivelmente nós na nossa região, a gente não tem aí nenhum produtor que tenha dificuldade em relação à geada, que possivelmente ela não venha a acontecer, mesmo nas regiões mais baixas. Embora as temperaturas vão cair bastante na nossa região oeste”, acrescenta o agrometeorologista.
Sobre o momento do plantio, Reginaldo explica que as plantas precisam criar mecanismos de defesa para as baixas temperaturas não causem danos.
“A gente tem aí as plantas tentando se adaptar à essa condição e isso acontece conosco, então quando sentimos frio, nós vamos lá e colocamos um casaco, não é o caso das plantas, mas elas precisam produzir adaptativos para tentar se proteger contra essa mudança de temperatura, principalmente no caso das culturas mais sensíveis, que são de verão, quando acontece uma temperatura um pouco mais baixa. Com isso, significa dizer que elas precisam gastar um pouco mais de energia para produzir adaptativo para tentar se proteger”, finaliza Reginaldo.
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Sobre a primavera, o Simepar informa que a La Niña continua e as chuvas devem ficar abaixo da média.
“Nós seguiremos com a atuação da atuação do fenômeno La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico. Essa La Niña inclusive, se intensificou um pouco em relação ao inverno e, com isso, a expectativa de que a chuva fique abaixo da média histórica no Estado do Paraná nesses próximos três meses. Isso não significa, obviamente, que não irá chover, mas a chuva, em comparação à média histórica, deve ficar um pouquinho abaixo dos valores climatológicos. Com relação às temperaturas, em média, ficam muito perto dos valores climatológicos, inclusive no leste, a região de Curitiba e o litoral. Os valores podem ficar um pouquinho abaixo da média histórica, isso em função do avanço mais frequente de ondas de frio. Inclusive ondas de frio ainda podem ocorrer tanto agora nesse final de setembro quanto no mês de outubro”, diz Samuel Braun, meteorologista do Simepar.
Fotos: Mycchel Legnaghi/ São Joaquim Online