Foto: Envato

Em mais de 30 anos, estudo raro sobre o solo acumula dados importantes no PR

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O estudo do solo é uma grande dificuldade quando se fala em pesquisas, isso porque faltam muitos dados de décadas anteriores para que os resultados finais sejam precisos e possam ajudar quem trabalha com o solo, como é o caso do produtor rural. A maioria dos estudos conta com dados de um recorte de tempo muito pequeno.

Mas uma das raras exceções sobre isso, está no Sudoeste do Paraná, em Pato Branco. É uma das poucas em território nacional com dados coletados nos últimos 36 anos. O pesquisador e engenheiro agrônomo Ademir Calegari conduziu o estudo até 2014, quando se aposentou. Naquela época, a pesquisadora Lutécia Beatriz dos Santos Canalli assumiu a coleta de dados.

 

Já em 2017, o estudo foi vinculado a um subprojeto da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroParaná) – uma parceria entre o SENAR-PR, Fundação Araucária e Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia. Assim, o estudo de décadas passou a ser o subprojeto “Efeitos de longo prazo de sistemas de manejo do solo e de plantas de cobertura sobre os atributos do solo e produtividade das culturas”. Apesar dessa mudança, que representa recursos para o andamento do projeto, o princípio segue o mesmo.

O objetivo da pesquisa é comparar dois sistemas de manejo de solo: plantio direto e plantio convencional. São 12 tratamentos diferentes de cobertura do solo no inverno, composto por diferentes plantas de cobertura, cultivadas isoladamente ou em consórcio, como ervilhaca, triticale, azevém, entre outros. “São avaliados, neste experimento, os parâmetros físicos e químicos do solo, para uma análise da evolução da fertilidade do solo. Também é realizada a divisão da matéria orgânica do solo, para conseguir a matéria orgânica mais jovens dos resíduos vegetais frescos e da fração associada aos minerais do solo”, detalha Lutécia Beatriz dos Santos Canalli.

 

Considerando os resultados das últimas três décadas, os dados confirmam a superioridade do sistema conservacionista plantio direto em relação ao plantio convencional. Isso vale para atributos físicos e químicos do solo e também para a produtividade das culturas. “O plantio direto mostrou-se também mais eficiente para recuperar e manter a matéria orgânica solo. Os resultados em relação às plantas de cobertura variam entre os anos, mas sempre os tratamentos com pousio, principalmente o pousio limpo [solo deixado totalmente descoberto], apresentam os piores resultados”, alerta.

Para driblar o desafio dos produtores que nem sempre conseguem abrir mão da soja, por ser uma cultura com alta rentabilidade, a pesquisadora recomenda consórcios de adubos verdes de inverno. “Mesmo que tenha soja todos os anos, quando nos períodos intercalares entra um consórcio de materiais diferenciados, leva-se para o ambiente de lavoura uma diversidade grande. Assim, melhora a fertilidade do solo, reduz os custos com uso de fertilizantes, gera um ambiente mais favorável para inimigos naturais e menos favorável a doenças e pragas, fica uma grande massa de palhada para o plantio direto das culturas de interesse comercial, além de outras vantagens”, aponta.

 

(Débora Damasceno/Sou Agro com dados do informativo Senar)

 

(Foto: Envato)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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