Conheça tecnologias que trazem mais sustentabilidade à pecuária
Algumas tecnologias trazem mais sustentabilidade à pecuária. Segundo a pesquisadora da Embrapa Cristina Genro, é possível diminuir a emissão de metano na pecuária brasileira, especialmente pelo manejo nas propriedades. “Pesquisas mostram que, com o manejo correto das pastagens e dos animais, é possível alcançar um balanço positivo do carbono. Ou seja, a atividade consegue capturar mais carbono e estocar no solo em maior quantidade do que emite na natureza”, explica.
De acordo com a pesquisadora, medidas simples como o controle da altura das pastagens contribuem de forma muito positiva para alcançar esse objetivo. Para a grande maioria de espécies de forrageiras utilizadas na Região Sul, a Embrapa tem estudos que indicam a altura ideal para a entrada e saída de animais nas pastagens, de forma a aumentar o estoque de carbono no solo e mitigar a emissão dos GEE. “Pastagens bem manejadas podem ser um grande sumidouro de carbono”, ressalta.
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A adoção de outras tecnologias também pode contribuir para uma produção mais sustentável na pecuária em relação às mudanças climáticas. Entre elas, a pesquisadora destaca a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, um sistema que proporciona maior sustentabilidade, por utilizar em um mesmo espaço culturas agrícolas, animais e componentes arbóreos.
Genro salienta também a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Pecuária Sul, denominada Pasto sobre Pasto, que tem como base não deixar o chamado vazio forrageiro nos períodos entre as estações do ano, utilizando diferentes espécies de forrageiras com ciclos e características complementares de produção. “Além da questão ambiental, essa tecnologia propicia maior ganho de peso animal. Com isso é possível abater o animal em menos tempo, contribuindo para a redução na emissão de gases de efeito estufa”, considera a pesquisadora Márcia Silveira.
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Genro pontua, ainda, que o uso de leguminosas nas pastagens pode contribuir no processo de mitigação, uma vez que essas plantas fixam nitrogênio no solo, possibilitando a diminuição do uso de fertilizantes químicos, um dos emissores de GEE. Nesse sentido, ela enfatiza a importância do programa de melhoramento de forrageiras da Embrapa, que já disponibilizou para os produtores diferentes cultivares, principalmente de leguminosas, mas também de gramíneas, que propiciam um planejamento forrageiro e maior eficiência nos sistemas de produção.
Outra ação apontada pela pesquisadora é o uso de suplementos alimentares, com produtos presentes na região, como os restos dos processos de produção da vitivinicultura e da olivicultura. “Na Embrapa, estamos iniciando estudos para recomendar formulações utilizando esses produtos, garantindo uma nutrição de qualidade para os animais e com custos mais reduzidos”, acrescenta.
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A produção de metano em bovinos ocorre durante o processo natural de digestão dos alimentos pelos animais. Depois de ingeridos, os alimentos vão para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde micro-organismos ajudam na digestão por meio da fermentação, produzindo também o gás metano, que é emitido para a atmosfera a partir da eructação (arroto) dos animais.
(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Embrapa)