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La Niña deve continuar dando dor de cabeça aos produtores rurais

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A La Niña é o fenômeno que tem influenciado muito nas condições climáticas do país. É bem importante acompanhar a previsão em que a La Niña permanece no país para tentar se prevenir com o que vem por aí. Por isso Ronaldo Coutinho trouxe um verdadeiro diagnóstico deste cenário e ao que tudo indica, o fenômeno deve continuar dando dor de cabeça aos produtores.

“Julho, agosto e setembro a La Niña, fraca, moderada a medida que a gente for chegando do final do inverno para primavera. A região Sul normal a frio, o Nordeste normal a quente. Atrasa um pouco a entrada da chuva em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e deixa irregular aqui no sul. Então nós vamos ter os problemas semelhantes ao ano passado, chuva irregular, frios terminando tarde, eventos de frio e calor, poderemos ter algum calor muito forte aqui entre agosto até começo de outubro dentro desse período, não período todo, poderíamos ter algum calor forte no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, interior paulista. E sobrando alguma coisa para o Sul também. Então, essa segunda parte do inverno vai ser altos e baixos na temperatura”, detalhou Coutinho.

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Coutinho explica que a primavera deve ser marcada pelas mudanças climáticas causadas pela La Niña que não dá trégua: “Aqui nós vamos estar com uma La Niña na primavera antecipa a chuva em algumas áreas do nordeste depois que instala a chuva aqui no centro-oeste sem problema aqui no sudeste e sul também vai ser extremamente irregular. Nós estamos encerrando agora aqui no sul o período mais longo de chuva excessiva em La Niña, dos quatro anos, esse foi o mais longo, durou três meses e meio com muita chuva, que é característica também de La Niña. Chove demais por um período curto, depois para de chover. No Paraná, cortou a chuva, tem locais de Paraná que é capaz de ficar mais de duas, três, quatro semanas sem um pingo d’água decente. Santa Catarina está começando a cortar chuva agora e o Rio Grande do Sul está começando também por agora”, disse Coutinho.

 

Coutinho fala sobre como essa volta da estiagem atrelada ao frio pode afetar as culturas: “Aos poucos a estiagem vai voltando ao sul do Brasil, inicialmente é bom, vai permitir a colheita do milho, safrinha que já tiver pronto, pode atrapalhar o que tiver enchimento de grão, que ainda tem uma boa parcela nessa situação e pode atrapalhar o desenvolvimento normal do trigo que inicialmente o excesso de chuva está incomodando, depois pode ser a falta de chuva. Então teremos os dois problemas nesse segundo semestre. Falta em excesso atrapalhando a safra de inverno e a safra de verão. Fora o frio que vai ser bem alternado. Momentos de frio intenso intercalado com períodos de calor. Isso vai ser um veneno para as frutas de clima frio como pêssego, ameixa, alguma variedade precoce de maçã, uva e pera que poderão brotar mais cedo. Como o inverno está muito bom já deu bastante horas de frio, unidades de frio, isso pode ser um problema lá na frente”, detalhou Coutinho.

O engenheiro agrônomo também dá algumas dicas sobre a queda de dormências nessas variedades citadas: “Conversem bem com o seu técnico pra ver se vale a pena. Porque esse ano é um ano bem problemático com frio forte e calor alternados entre julho e agosto. Se fizerem, dividam a área e não façam tudo de uma vez. Isso vale para as outras variedades também mais lá na frente. A primavera pode ter um momento dela chuvoso e frio, isso pode atrapalhar a polinização das abelhas principalmente na maçã e especialmente aqui na nossa região. As geadas tardias vão incomodar o plantio da safra de verão nas áreas mais quentes até setembro nas áreas intermediárias até outubro e nas áreas mais elevadas até novembro, dezembro. Aqui até dezembro praticamente é o ano todo com geada”, finaliza Coutinho.

 

O QUE É A LA NIÑA?

La Niña consiste em uma alteração periódica das temperaturas médias do Oceano Pacífico. Essa transformação é capaz de modificar uma série de outros fenômenos, como a distribuição de calor, concentração de chuvas e a formação de secas.

Quando a alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico aponta para uma redução das médias térmicas, o fenômeno é nomeado de La Niña, basicamente o efeito La Niña está ligado ao resfriamento das temperaturas médias das águas do Oceano Pacífico, representando exatamente o oposto do fenômeno El Niño, que produz um aquecimento anormal de suas temperaturas.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

(Foto: Envato)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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