Sorvete de peixe: Professora que inventou o alimento para filha conquista prêmio nacional

Ageiel Machado
Ageiel Machado

#souagro | Uma doutoranda de Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) conquistou prêmios em inovação aquícola com sorvete à base de pescados e com os enlatados de peixe cultivados em água doce no Aquishow Brasil.

Ana Maria conquistou o primeiro lugar na categoria Beneficiamento e Produto Final com a pesquisa sobre enlatados de peixe de água doce. Também conquistou o terceiro lugar com o sorvete de tilápia na categoria Academia.

 

 

“Estes prêmios consagram uma longa jornada de dedicação e pesquisa minha e dos meus colegas e professores, desde a graduação, e agora vão se consolidando com a minha tese de doutorado e a solicitação da patente dos produtos, para os quais já estamos pensando em licenciar para empresas interessadas, para que estes produtos possam ser produzidos comercialmente e gerar empregos e renda na cadeia produtiva da aquicultura”, comemorou Ana Maria.

Foi pensando em ajudar a filha que passava por um câncer gestacional que Ana Maria desenvolveu um sorvete em que, com biotecnologia, conseguiu transformar a carne da tilápia em líquido, para assim inserir no sorvete e deixá-lo mais proteico. O sorvete com hidrolisado de tilápia está em fase de desenvolvimento e a pesquisa tem como objetivo avaliar a qualidade nutricional e a segurança alimentar do produto.

“A minha filha teve câncer gestacional com quatro meses de gravidez, ela não conseguia comer. Então eu tive a ideia de fazer o sorvete à base de peixe pensando no sofrimento que era comer por causa das feridas na boca. O sorvete acalma as feridas e, desta maneira, ela consegue ingerir proteína”, explica Ana Maria.

Foi desenvolvida uma base para o sorvete e adicionado o hidrolisado da CMS (carne mecanicamente separada), que é resultado de um processo de aproveitamento da carne, não retirada pela indústria responsável em filetar a tilápia. Outro trabalho em desenvolvimento é a CMS enlatada, que agrega valor ao produto e já é disponibilizada pronta para o consumo. Ainda é possível, a partir da CMS, produzir fishburguer, almôndegas, empanados, inserir em bolos, biscoitos e outros produtos.

 

 

“Está sendo muito importante, eu estou muito feliz porque é um conhecimento do meu trabalho de treze anos como pesquisadora. Então eu estou muito contente de estar finalizando o meu doutorado em Desenvolvimento Sustentável com todo esse sucesso para o nosso trabalho”, afirma a Ana Maria.

Para o reitor da Unioeste, Alexandre Webber, o feito é um justo reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela doutoranda.  “A Ana Maria tem um esforço grande no desenvolvimento disso, que essa premiação dá ainda mais força para continuar”, afirmou, ressaltando que isso também ajuda as pessoas a entenderem que o principal papel da universidade é fomentar justamente a pesquisa.

O orientador da Ana Maria, professor Arlindo Fabrício Correia, comentou sobre a importância da aquicultura no Brasil. “Ter pesquisa indicada para premiação em um evento que destaca o segmento da aquicultura no Brasil é muito especial para a universidade, incentiva ainda mais as atividades de inovação no ambiente acadêmico e demonstra a capacidade dos programas de pós-graduação em integrar as atividades de ensino, pesquisa e extensão”.

Foi a 11ª edição do Aquishow Brasil. O evento da Aquicultura Nacional reúne todos os elos da cadeia produtiva do setor para discutir os mais diversos assuntos ligados a ele, com o objetivo de aperfeiçoar práticas de produção e seu desenvolvimento. A feira aconteceu entre 24 e 27 de maio em São José do Rio Preto, São Paulo.

 

 

(Ageiél Machado/Sou Agro com assessoria)

 

 

(Foto: divulgação)

(Ageiel Machado/Sou Agro)

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