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Geada negra: saiba o que ela pode causar nas lavouras

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Nos últimos dias se falou muito da possibilidade de geada negra no Paraná. Este é um termo que de um modo geral já assusta os produtores rurais, afinal em 1975, foi esse fenômeno que devastou as lavouras, principalmente de café no estado.

Por conta dessa preocupação fomos em busca de respostas sobre o que é essa geada negra e se de fato ela pode ocorrer em território paranaense nesses dias gelados. Segundo o agrometeorologista, Reginaldo Ferreira, o fenômeno que aconteceu década atrás deixou um grande prejuízo: “A Geada Negra é até uma palavra assustadora para nós paranaenses porque em 1975, nós tivemos uma geada que dizimou praticamente tudo aquilo que os paranaenses tinham que era o potencial agrícola baseado no café. Então nós tivemos uma dificuldade muito grande, muitas pessoas se mudaram para cidades como Maringá, Londrina e região metropolitana de Curitiba. Cerca de 500 mil pessoas tiveram que deixar os locais na época do acontecido, então foi um prejuízo muito grande tanto para o campo, como para as pessoas de modo geral”, explica Reginaldo.

 

Segundo o agrometeorologista, a geada negra é realmente uma grande preocupação para a agricultura: “A geada Negra é uma massa de ar polar muito fria, com temperatura normalmente abaixo de zero cruza por um determinado local. E esse local onde ela cruzar seja a noite, ou de dia essa temperatura baixa ela é perdida para o seu entorno. Então como as plantas elas são ricas em água, elas congelam muito rapidamente e aí o o dano é é irreversível. Quando elas congelam acabam explodindo é como você colocar uma garrafa dentro da geladeira e depois esquece no congelador e ela acaba estourando. Então a geada negra tem esse efeito”, detalha o agrometeorologista.

Então com a geada negra a relação ou a questão do choque térmico ela é mais ela é mais efetiva. Além de você congelar a planta você tem na verdade uma mudança muito rápida na temperatura e esse choque térmico também acaba causando um dano maior. Então você tem duas coisas, você tem a temperatura muito baixa que ela congela as plantas e você tem o choque térmico que acaba na realidade provocando ainda um dano maior. Ela é semelhante a geada branca e acaba matando as plantas”, diz Reginaldo.

 

GEADA BRANCA

Mas qual a diferença para a geada branca?: “A geada branca é semelhante ao orvalho, ela se forma sempre a noite quando as temperaturas caem. Então o orvalho não precisa a temperatura chegar a zero grau, é semelhante quando você tirar uma garrafa da geladeira, pouco tempo depois você vê ela toda suada, então aquilo foi a umidade do ar que estava no entorno e está condensada. Então o orvalho é parecido. A noite as plantas evaporam, então com a baixa temperatura ela se condensa e forma o orvalho. A geada é quando essa temperatura ela está a zero grau e congela, então a geada branca normalmente se forma de noite quando a temperatura está a zero grau”, explica o agrometeorologista.

POSSIBILIDADE DE GEAR NO PARANÁ

Segundo o agrometeorologista, por enquanto a chance de ocorrer uma geada negra é pequena: “A massa de ar polar não tem temperaturas tão baixa assim por enquanto . A geada branca sim, essa vai continuar com possibilidades boas em toda a região Sul. Como temos um ciclone agindo no Sul do país, os ventos mais secos e fortes são capazes de queimar, ressecar as folhas mais novas ou das plantas mais sensíveis. A mesma coisa pode acontecer com nós se ficarmos expostos no tempo, o vento seco e forte, retira água da planta e se uma folha encostar na outra, acaba causando esse tipo de ressecamento”, finaliza Reginaldo.

O Simepar informa que as condições para a formação de geada ainda dependem muito dos ventos, mas, não se descarta a ocorrência principalmente em regiões de vales. Aliás, o vento mais “gelado” ainda pode causar intensa sensação de frio na metade sul do Estado que é onde há chance de ocorrência de geada negra. Em boa parte do Paraná, como no Oeste e Sudoeste, o céu está nublado, o que diminui e muito a possibilidade de formação de geada.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

(Foto: IDR- PR)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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