arroz e feijao pouco

Saiba porque o feijão está sumindo da mesa dos brasileiros

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
arroz e feijao pouco

 

#souagro | O queridinho da mesa do brasileiro, o feijão, está sumindo do prato do brasileiro e perdendo espaço. Pode até sucumbir nos próximos anos, se políticas mais firmes e robustas não forem colocadas em prática pelo governo. Muitos de nós foram criados à base do feijão com arroz, o mesmo não poderá ocorrer com as próximas gerais. E o motivo é simples: muitos agricultores têm preferido explorar o plantio da soja, considerada no momento bem mais rentáveis e uma cultura de menos risco, comparativamente ao feijão.

A área plantada do feijão no Brasil caiu 35%, perdendo espaço para a soja que cresceu cinco vezes mais, ou 460% e a de milho, quase dobrou. Como resultado, o Brasil passou a depender de importações e com isso, o preço do feijão subiu.

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Em função de ver um mercado internacionalizado, com as negociações alicerçadas em sua maioria por contratos futuros, a soca é tida como mais segura aos produtores. De mãos dadas com essa realidade, os investimentos feitos pelo setor privado aumentaram a produtividade da commodity.

Desta forma, o Brasil planta cada vez menos o feijão e o arroz também segue essa tendência. Outro agravante: os estoques públicos encontram-se zerados desde 2017. Quando o preço sobe, não sobre margem de manobra e os brasileiros acabam desembolsando mais para ter acesso ao feijão.

No campo das pragas, a presença da mosca branca nas plantações de feijão também provocou desestímulo. A praga chegou às lavouras brasileiras no começo de 2000, inviabilizando uma das duas safras de feijão cultivadas no interior de São Paulo.

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No restante do país, não é muito diferente. O feijão está  sumindo. Nos 44 anos que separam a safra 1976/77 da de 2020/21, a área plantada de feijão encolheu 35% no Brasil, de 4,9 milhões de hectares para 2,9 milhões de hectares, conforme a série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os ganhos de produtividade não chegaram a compensar a redução da área plantada, e o nível de produção hoje é bem próximo do daquela época, apesar do crescimento expressivo da população. Outros gêneros básicos, como o arroz, têm histórias parecidas.

Em paralelo, a área plantada de soja cresceu mais de 5 vezes, de 6,9 milhões de hectares para 38,9 milhões de hectares. A de milho quase dobrou, passando de 11,7 milhões de hectares para 19,9 milhões. De acordo com o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses, Marcelo Lüders, o feijão compete com cadeias produtivas mais organizadas. Ainda sim, os estados que mais produzem feijão no Brasil, pela ordem, são Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia.

Conforme os dados da Conab, os estoques públicos de feijão foram reduzidos substancialmente em 2016 e estão completamente zerados desde 2017. Com a produção “no limite” e sem estoques públicos, o país passa a depender cada vez mais das importações, sumindo da mesa dos brasileiros. Na prática, sem “amortecedor”, os choques de preços são repassados de forma muito mais direta aos consumidores. O feijão é a cultura com maior redução estimada de área, 1,048 milhão de hectares na próxima década. O arroz está em segundo lugar, com perda de 1,046 milhão de hectares.

(Vandré Dubiela/Sou Agro, com agências)

 

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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