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Segundo a Receita Federal, o que torna o vinho argentino atrativo para praticar esse tipo de crime é o gap cambial – a desvalorização da moeda argentina frente à brasileira. “A diferença cambial é gigantesca, então o importador regular que utiliza o câmbio oficial para suas importações acaba saindo em desvantagem em relação ao contrabandista”, explica o delegado da Receita Federal na região.
Grupos de Whatsapp, marketplaces digitais e até distribuidoras de bebidas e restaurantes são pontos de distribuição de vinho ilegal. Ao comparar os valores de algumas garrafas de vinho vendidas nestes grupos de Whatsapp com o de venda das mesmas garrafas no mercado nacional, percebe-se que o preço praticado pelos contrabandistas é muito abaixo do praticado pelas importadoras lícitas.
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Em alguns casos, os vinhos dos contrabandistas têm um valor de venda até 72% menor do que os vendidos por importadores regularizados. De acordo com o delegado, “dificilmente você consegue achar vinho argentino sendo importado licitamente hoje, os importadores oficiais quase não trabalham com vinho argentino mais”.
Vinhos que são comprados na Argentina por R$30 – na cotação do câmbio paralelo – são vendidos pelos contrabandistas a R$150 em grupos de Whatsapp. Estes mesmos vinhos são vendidos por R$350 a R$800 no mercado lícito no Brasil. De acordo com um levantamento feito pela Receita Federal em Santa Catarina, o lucro obtido pelos contrabandistas já chegou a ser até cinco vezes maior do que o valor de compra do produto argentino.
Hoje em dia, devido a grande quantidade de contrabandistas no mercado, a margem de lucro é um pouco menor, chegando na casa dos 300%. “Essa margem tem caído porque agora é criminoso concorrendo com criminoso”, comenta o servidor da Receita Federal na região.
(Débora Damasceno/Sou Agro com Bpfron e PRF)
(Fotos: Bpfron)