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Dezenas de garrafas com vinho irregular são apreendidas no Paraná

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Mais uma abordagem policial terminou com apreensão de vinho irregular no Paraná. A carga foi encontrada em Corbélia no Oeste do estado durante patrulhamento das equipes da Polícia Rodoviária Estadual.

Segundo os policiais eles se deslocavam BR-369, quando a equipe retornava de Ubiratã para a Sede da 3ª Cia, nas proximidades de Corbélia, foi avistado o veículo com placas de Araçatuba-SP, trafegando em sentido contrário, como o carro estava com os vidros escurecidos e traseira baixa, a equipe realizou a manobra de retorno e abordou o condutor.

 

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Vinho estava escondido no porta-malas e atrás dos bancos – Foto: PRE
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Vinho estava escondido no porta-malas e atrás dos bancos – Foto: PRE

 

Durante vistoria no carro foram encontradas 23 caixas de vinho, totalizando 128 garrafas de diversas marcas que vieram da Argentina e entraram no Brasil sem a documentação regular. A carga estava no porta-malas e atrás dos bancos do motorista e passageiro.

O condutor de 43 anos e a passageira de 39 foram encaminhados junto com o carro e as mercadorias para a Receita Federal de Cascavel.

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PREOCUPAÇÃO COM CONTRABANDO DE VINHO

A Polícia Rodoviária Federal já demonstrou preocupação com esse aumento das apreensões de vinho com entrada irregular no Brasil. É que segundo a PRF o perfil de quem traz o vinho ilegalmente tem mudado nos últimos anos. Se no início das apreensões era mais comum o “pequeno contrabandista”, pessoas transportando pequenas cargas, agora o crime organizado é o dono o comércio do vinho ilegal. A utilização de veículos roubados, clones, batedores e olheiros são alguns dos artifícios praticados pelos contrabandistas e quadrilhas.

As quadrilhas do tráfico de drogas estão diversificando o leque de crimes com o comércio ilegal de vinho, uma forma de investimento criminoso para capitalizar as organizações. É o que aponta um levantamento realizado pelos setores operacionais da PRF no Paraná. “Não é o pequeno muambeiro que vai ali comprar um pouco de vinho e trazer, são quadrilhas altamente organizadas“, comenta um policial rodoviário federal que atua em operações contra esse tipo de crime.

 

Para quem compra o vinho ilegal, a impressão que se tem é a de que apenas está burlando as leis fiscais e não pagando imposto, e assim tendo a vantagem de comprar o vinho por preços mais acessíveis. Entretanto, quem compra o vinho que entra ilegalmente  pode estar contribuindo diretamente para a manutenção da saúde financeira de quadrilhas do crime organizado.

PORQUE O VINHO ARGENTINO  É ATRATIVO?

Segundo a Receita Federal, o que torna o vinho argentino atrativo para praticar esse tipo de crime é o gap cambial – a desvalorização da moeda argentina frente à brasileira.  “A diferença cambial é gigantesca, então o importador regular que utiliza o câmbio oficial para suas importações acaba saindo em desvantagem em relação ao contrabandista”, explica o delegado da Receita Federal na região.

Grupos de Whatsapp, marketplaces digitais e até distribuidoras de bebidas e restaurantes são pontos de distribuição de vinho ilegal. Ao comparar os valores de algumas garrafas de vinho vendidas nestes grupos de Whatsapp com o de venda das mesmas garrafas no mercado nacional, percebe-se que o preço praticado pelos contrabandistas é muito abaixo do praticado pelas importadoras lícitas.

Em alguns casos, os vinhos dos contrabandistas têm um valor de venda até 72% menor do que os vendidos por importadores regularizados. De acordo com o delegado, “dificilmente você consegue achar vinho argentino sendo importado licitamente hoje, os importadores oficiais quase não trabalham com vinho argentino mais”.

Vinhos que são comprados na Argentina por R$30 – na cotação do câmbio paralelo – são vendidos pelos contrabandistas a R$150 em grupos de Whatsapp. Estes mesmos vinhos são vendidos por R$350 a R$800 no mercado lícito no Brasil. De acordo com um levantamento feito pela Receita Federal em Santa Catarina, o lucro obtido pelos contrabandistas já chegou a ser até cinco vezes maior do que o valor de compra do produto argentino.

Hoje em dia, devido a grande quantidade de contrabandistas no mercado, a margem de lucro é um pouco menor, chegando na casa dos 300%. “Essa margem tem caído porque agora é criminoso concorrendo com criminoso”, comenta o servidor da Receita Federal na região.

(Débora Damasceno/Sou Agro com informações PRE e PRF)

 

(Fotos: Polícia Rodoviária Estadual)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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