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Novo defensivo contra a cigarrinha do milho é registrado pelo Mapa

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Agricultores terão novos 52 defensivos agrícolas disponíveis para aquisição no Brasil. Os produtos foram registrados pelo Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária e publicados em diário oficial nesta quarta-feira (25) por meio do Ato n° 23.

Cigarrinha do milho

Tem produto aprovado para combate a cigarrinha do milho, uma das pragas que vem tirando o sono dos produtores rurais nos últimos meses e inclusive a gente tem trazido todos os problemas das lavouras aqui no portal Sou Agro. O defensivo contra a cigarrinha, é uma mistura que também tem recomendação para mosca branca e percevejo marrom da soja, além disso foram registrados dois produtos microbiológicos contra a praga.

Falando tecnicamente, o novo defensivo que consta no documento é uma mistura de Pseudomonas chlororaphis com Pseudomonas fluorescens e os dois produtos microbiológicos contam com a mistura de Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus velezensis e Bacillus thuringiensis.

Dificuldades na produção do milho

Nos últimos anos o produtor rural no geral tem enfrentado muitas dificuldades, no cultivo do milho não é diferente. São muitos desafios, um deles foi a estiagem, que prejudicou o desenvolvimento da primeira safra da cultura, semeada nos meses de setembro e outubro de 2021. Já a atual, chamada de segunda safra, que é a maior em área plantada e produção, tem contado com condições climáticas mais favoráveis ao desenvolvimento. Entretanto, o ataque das pragas, em especial a cigarrinha, pode se tornar um fator limitante para a quantidade e a qualidade da produção dessa cultura.

Problemas da cigarrinha para o milho

Os enfezamentos do milho são causados por bactérias pertencentes à classe dos Mollicutes, que são transmitidas pela cigarrinha-do-milho. O espiroplasma causa o enfezamento pálido, enquanto o fitoplasma causa o enfezamento vermelho. As doenças são vasculares e sistêmicas: os mollicutes se concentram no floema da planta, estrutura responsável pela circulação da seiva elaborada (composta por nutrientes), obstruindo-o e causando desordens fisiológicas, nutricionais e bioquímicas nas plantas de milho.

Os sintomas das doenças são mais severos na fase de produção, polinização e formação dos grãos, quando o metabolismo da planta se intensifica. O momento exato da ocorrência vai depender da época em que a planta foi infectada, da cultivar de milho utilizada e das condições ambientais (em períodos mais quentes, o metabolismo da planta é mais intenso).

 

Outros defensivos

Entre as novidades dos defensivos biológicos, encontra-se o primeiro registro do controlador Tetrastichus howardi. Uma vespinha cujas larvas são parasitoides da broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) e da lagarta de cor parda, que vem se apresentando como uma das principais pragas do eucalipto na atualidade.

Para a agricultura orgânica, o documento traz o primeiro produto registrado com base na Especificação de Referência nº 39. Trata-se de uma mistura recomendada para controle do fungo Rhizoctonia solani e do fungo Fusarium oxysporum.

 

Outros produtos registrados para uso na agricultura orgânica são à base de Trichoderma asperellum, de Bacillus thuringiensis var. kurstaki, um isolado de Beauveria bassiana, um isolado de Metarhizium anisopliae (isolado IBCB 425) e um Baculovírus Spodoptera frugiperda (SfMNPV).

Já em relação aos produtos químicos, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Ametoctradina será ofertado aos agricultores, registrado em mistura com metiram. A mistura visa evitar casos de resistência a fungicidas, diante das inovações que surgem no mercado. O produto que estava em análise desde 2010 é recomendado para o controle de Phytophthora infestans na cultura da batata; Peronospora destructor na cultura da cebola; Pseudoperonospora cubensis na cultura do pepino e Peronospora sparsa na cultura da rosa.

Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

 

Produtos de controle biológicos

Com o registro desses 20 produtos, já somam 36 produtos de baixa toxicidade para o controle de pragas registrados em 2022. Os produtos de baixo impacto são importantes para a agricultura não apenas pelos aspectos toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, uma vez que esses produtos são aprovados por pragas-alvo e podem ser recomendados em qualquer cultura.

Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Mapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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