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Por que a cigarrinha do milho é o terror desta safra?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Cigarrinha do milho, este é o assunto que não sai da cabeça dos produtores do grão. Depois de um longo período marcado pelas perdas causadas pela estiagem, agora a safra atual se recupera, mas também gera preocupação por conta da grande incidência de pragas.

Os agricultores relatam diversas falhas nas lavouras causadas pela cigarrinha. O portal Sou Agro foi em busca de respostas para entender as principais causas desse aumento na praga na safra atual. Juliano Scheeren, é engenheiro agrônomo e explicou exatamente o motivo dessa praga estar assombrando as propriedades além do comum.

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PROBLEMAS DA CIGARRINHA PARA O MILHO

Os enfezamentos do milho são causados por bactérias pertencentes à classe dos Mollicutes, que são transmitidas pela cigarrinha-do-milho. O espiroplasma causa o enfezamento pálido, enquanto o fitoplasma causa o enfezamento vermelho. As doenças são vasculares e sistêmicas: os mollicutes se concentram no floema da planta, estrutura responsável pela circulação da seiva elaborada (composta por nutrientes), obstruindo-o e causando desordens fisiológicas, nutricionais e bioquímicas nas plantas de milho.

Os sintomas das doenças são mais severos na fase de produção, polinização e formação dos grãos, quando o metabolismo da planta se intensifica. O momento exato da ocorrência vai depender da época em que a planta foi infectada, da cultivar de milho utilizada e das condições ambientais (em períodos mais quentes, o metabolismo da planta é mais intenso).

 

QUAIS SÃO AS CAUSAS DO AUMENTO DA CIGARRINHA NESTA SAFRA?

“Pegar nossa área de atuação, 25% do nosso plantio de milho foi até final de janeiro, começo de fevereiro. No mês de fevereiro a gente plantou mais de 60% do milho. E no mês de março, 15% do milho. A gente teve 45 dias de plantio de milho, isso pensando em cigarrinha é muito complicado porque eu vou ter plantas que já não estão tendo nenhuma entrada com inseticida que a cigarrinha vai estar ali dentro se procriando e eu vou ter milho que está escapando do percevejo. Então assim, fica muito difícil fazer esse controle. Porque a cigarrinha, o melhor método de controle é todo mundo estar controlando junto. Isso é um uma forma da gente entender o que está acontecendo nessa safra agora. Então o primeiro produtor sofreu que tinha o primeiro milho, o produtor do meio ali de plantio de fevereiro aparentemente foi um pouco mais tranquilo que a gente notou. Agora essas áreas de março aí de fechamento, está bem complicado porque  tem cigarrinha em tudo quanto é lado”, detalha Juliano.

 

ATÉ QUE FASE DO MILHO DEVO CONTROLAR A CIGARRINHA?

“A gente prefere falar assim: o produtor tem que controlar cigarrinha até enquanto ele vê cigarrinha na lavoura. Vamos dizer assim, eu tenho uma área de milho que está ali no V10 porque seria o padrão. Ah milho está batendo na altura do peito.  Só que eu entro na minha área e a minha área está tomada de cigarrinha. Não tem como eu abandonar essa área. Porque uma infecção de cigarrinha nessa fase do milho de 20 a 25 dias depois da infecção  o milho provavelmente vai me apresentar algum amoleste. Então assim, não tem como eu ter uma receita de bolo, falar assim, ah o milho X eu posso cuidar até tal fase, não, não tem.  A gente tem que entender que cada cultivar tem uma sensibilidade maior ou menor. Isso a gente tem que levar em conta na hora de fazer o controle”, explica Juliano.

COMO FAZER O COMBATE DA CIGARRINHA DO MILHO?

“Que produto eu uso pra controlar cigarrinha? Vamos pensar assim, hoje cigarrinha tem dois produtos que tem uma eficiência muito boa: o Acefato no inicia que a gente tem um controle muito bom no percevejo e  seria o Metomil de modo geral, que é o antigo Lannate, que todo produtor conhece. Então assim, a gente preconiza muito controlar percevejo com Acefato, no mínimo duas aplicações, mas se a gente tiver condição comercial e disponibilidade a gente faz até três aplicações iniciais com ele ou intercalando com Metomil e depois a gente parte pra cima do Metomil, sempre associando o óleo junto, ajuda muito na no controle da praga. Tem os biológicos, com certeza biológico hoje produtos a base de Balvério a base de a base de Zaria são muito interessantes no manejo, até se a gente for levar em consideração os nossos últimos 15, 20 dias que a gente está tendo temperatura mais amenas com dias nublados, tá um clima muito propício pro biológico. Agora o que eu não posso fazer é o seguinte, igual alguns produtores eles caem também nessa besteira. Fiz uma aplicação de biológico, só que eu estou com uma área do lado que está multiplicando praga e a minha área aqui está meio isolada, eu sou o único que está controlando, o único que está que está aplicando inseticida, não adianta eu colocar um biológico hoje e achar que ele vai resolver minha vida, que ele não vai resolver a minha vida. O ideal seria o quê? Faz o o biológico associado com o químico. Três, quatro dias depois se você tiver uma infestação alta, volta a fazer uma aplicação de química. Não adianta ficar preso, achar que o biológico vai ser a salvação, ele não vai”, finaliza Juliano.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

Foto: Reprodução internet

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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