Palmito pupunha: da Amazônia para o Paraná
À procura de novas oportunidades, o agricultor Antonio Rosa Sobrinho, o Toninho Rosa, deixou há cerca de 30 anos sua terra natal – a cidade de Mandaguaçu, no Noroeste do Paraná – para aportar em Guaraqueçaba, no Litoral. Principal produtora de palmito do Estado, a região também passava por mudanças no mesmo período, com a transição do extrativismo da palmeira juçara, espécie nativa ameaçada de extinção e cuja colheita foi proibida por lei, para uma nova alternativa que pudesse garantir a renda dos produtores, sem deixar a tradição do palmito de lado.
Já instalado em Guaraqueçaba, Toninho participou ativamente desse processo. Para chegar a uma opção que fosse viável para a região, as terras do agricultor e de outros moradores do Litoral serviram como um laboratório para testar novas palmáceas que se adaptassem ao Litoral sem comprometer a biodiversidade da Mata Atlântica paranaense.
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O trabalho de pesquisa e extensão rural foi liderado, na época, pela então Emater – hoje o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná). “A gente foi praticamente uma cobaia para testar o que dava certo. Plantou palmeira real, palmeira imperial, açaí e a pupunha para acompanhar qual teria o melhor manejo”, conta o agricultor.
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E foi justamente a pupunha, espécie de palmeira originária da região amazônica, a melhor opção para aliar a geração de renda à preservação ambiental. Uma série de fatores pesou em favor da planta, principalmente com relação ao manejo. Diferentemente das outras espécies, a juçara inclusa, é possível extrair o palmito sem matar o pé, já que ela refilha, saindo novos brotos que estarão aptos para a produção nos anos seguintes.
Espaguete de pupunha
O palmito de pupunha tem ainda outros benefícios no aspecto comercial. Diferentemente das outras espécies, ele não oxida rapidamente, podendo ser trabalhado de forma mais prática na indústria, ser vendido in natura ou em diferentes cortes, como o espaguete de pupunha, que têm caído no gosto dos consumidores. Para o produtor, o manejo também não exige muitos cuidados. Uma vez plantado, é preciso manter a área com roçadas, sem a necessidade de uso de intensivos agrícolas.
Fonte: AEN