PF diz não identificar participação de vinícolas do RS em trabalho escravo
A Polícia Federal disse que não identificou, até agora, evidências da participação das vinícolas do Rio Grande do Sul no caso dos trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão, em uma situação identificada em 22 de fevereiro deste ano. Nós mostramos aqui no Sou Agro toda essa situação.
O delegado Adriano Medeiros do Amaral falou sobre o assunto em coletiva de imprensa. Os agentes da PF cumpriram, na semana passada, mandados de busca e apreensão na região da Serra Gaúcha, em busca de novas provas sobre o caso.
“O crime contra os trabalhadores não aconteceu somente em um local específico. Não foi encontrado nenhum início de participação das vinícolas no crime de redução à condição análoga à escravidão. Consideramos que a própria falta de pagamento dos salários restringe a mobilidade dos trabalhadores, já que eles não poderiam simplesmente desistir do trabalho e voltar para seu estado de origem”, afirmou o delegado.
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Segundo informações da PF, até agora, seis pessoas já foram identificadas, suspeitas de integrar uma organização voltada à prática ilegal. Também foram apreendidos computadores, celulares e documentos. além de nove armas e munições. Segundo o delegado, as armas estavam em situação regular, registradas em nome de colecionador e foram recolhidas pelo Exército por estarem armazenadas em local inadequado.
Sobre a ação
Os trabalhadores rurais foram localizados em ação conjunta da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego. Eles estavam em um alojamento de uma área voltada para a produção de vinhos.
Eles viviam, segundo a polícia, em condições precárias de higiene e alimentação e tinham jornada exaustiva de trabalho. Também apresentavam problemas de saúde e desnutrição. Depois, foram abrigados em um ginásio de Bento Gonçalves.
Eles atuavam em uma empresa terceirizada que tinha contratos com três grandes produtoras de vinho no Brasil.
Em notas oficiais, as vinícolas repudiaram o trabalho escravo e afirmaram que não tinham conhecimento das práticas.
O Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul informou que os resgatados já receberam parte das suas verbas rescisórias.
Além dos baianos, também estavam no grupo resgatado nove gaúchos que voltaram aos municípios de origem.
Com Agências