Foto: Sou Agro

“Era a terra mais improdutiva da propriedade”, diz agricultora que transformou sítio em espaço para turismo rural

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Neste mês da mulher, escolhemos elas, para publicar uma série especial, afinal, o público feminino tem ganhado cada vez mais espaço no campo. Exemplo disso está dentro do Sindicato Rural de Cascavel, onde há uma Comissão Feminina que é exemplo para o Paraná e para o Brasil, tanto em organização quanto em participação das mulheres.

E é dentro deste grupo que elas buscam se aperfeiçoar por meio de cursos do Senar, para levar ainda mais conhecimento para dentro das propriedades. As histórias dessas mulheres foram usadas como exemplo para caravanas de todo Estado durante o Show Rural 2023 e agora serão apresentadas como incentivo para todo público feminino que está ou quer ingressar no agronegócio.

Jôsi Borelli é produtora rural e mora no campo desde que nasceu. Vive em São Roque de Lopeí, em Cascavel, Oeste do Paraná. Com 35 anos, casada e tem uma filha. Mesmo vivendo na área rural desde que nasceu, ela não quis seguir com lavoura ou pecuária, ela resolveu investir no turismo rural, em uma área considerada perdida pela família.

“Quando a gente decidiu que era hora de ter filhos, a gente pensou assim: eu não quero que ela viva na cidade. Então, a gente conversou com meu pai, com a minha mãe para construir lá no sítio. Minha falou: constrói aqui para cima, onde é mais plano. Eu falei: não, mãe, aqui não quero, aqui é lavoura, vai estragar lavoura eu não quero, quero lá em cima, na beira do mato, do ladinho do Rio. Nossa, foi uma briga louca. O que você vai fazer lá? Lá é mato é potreiro. Eu disse: é lá, pode ser lá? Ela disse pode, mas daquele jeito, dizendo que aquela terra era perdida porque não nasce nada e era a terra mais improdutiva da propriedade”, conta.

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Jôsi com marido e a filha

Depois disso, tudo começou: “Eles ajudaram a gente construir, construir uma casinha de madeira e a gente se mudou para cá no finalzinho de 2010. Em março de 2011, a minha menina nasceu, a Heloísa então ela já nasceu aqui, já ela já é bichinho dessa terra aqui”, detalha.

Mas foi com os cursos do Senar que Josi deu o start para começar o turismo rural na propriedade:

“Sempre tive essa vontade de mostrar para as pessoas o que eu via. Por que guardar isso só para mim? Mas eu não sabia como. Foi então que surgiu em 2019 a oportunidade de fazer o Empreendedor Rural pelo sindicato, um curso do Senar Empreendedor Rural. Que curso maravilhoso! Você aprende tanta coisa nesse curso, tanto e eu reviso constantemente. A gente aprende de tudo, desde inteligência comportamental, desde de trabalhar o senso comum até planilha, fazer conta. Conhecendo a nossa propriedade do jeito que a gente não conhecia, os cursos são muito completos. Os instrutores são super preparados. Mas o que virou a chave foi o empreendedor rural e a partir daí eu acho que eu já fiz uns quatro ou cinco sobre turismo, turismo rural”, explica.

 

Com o turismo rural, o sítio Refúgio na Mata, virou um espaço acolhedor e amado pelos visitantes.

“Nosso carro chefe desde da primeira, sempre foi a trilha: fogueira, queijos e vinhos que a gente faz. Então o pessoal vem aqui, deixa os carros aqui, fazem uma trilha e eles terminam do ladinho do rio, do ladinho da nossa queda d’água. E eu, o meu marido e a minha filha, agente prepara uma mesa. Todos esses produtos coloniais são todos aqui da vizinhança. Trazer as pessoas para o rural, para o campo, natureza, tranquilidade, paz, sossego, se desligar do mundo lá fora. Isso é maravilhoso. Isso é agro”, conta Josi.

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Para finalizar, Josi se emociona com tudo que construiu até agora.

“Eu amo demais isso aqui. Eu amo ficar aqui. Eu amo que as pessoas venham aqui. Eu amo compartilhar isso aqui, amo demais. Não sei se eu consigo transmitir o tanto que eu amo para as pessoas”, finaliza.

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(Débora Damasceno/Sou Agro)

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