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Preço do milho está em queda; saiba o motivo

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Se você é produtor rural e está de olho nas cotações do milho, deve ter percebido que nas últimas semanas os preços estão em queda.

No Paraná por exemplo, a saca de 60 quilos está na média de R$ 72 esta semana. Para entender o que tem causado isso, fomos conversar com quem entende do assunto. Matheus Galisteu é consultor em Gerenciamento de Riscos da StoneX, como especialista ele explicou os fatores que causaram essa queda, mas já adianta que isso não deve durar muito tempo e os preços devem voltar a subir em breve.

 

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“Primeiro a gente precisa entender a dinâmica de preços do milho no Brasil, que em regra acompanha o piso que é paridade de exportação e o teto que é paridade de importação. Pra gente entender o preço hoje e a perspectiva de futuro, eu quero lembrar que no ano passado, na safrinha, a gente teve baixas produtividades, teve uma quebra do milho safrinha causada pelo La Niña e por geadas também. Naquele momento o milho chegou a bater mais de
de R$ 100 por saca. E daquele momento até hoje, o milho ele só voltou a bater R$ 100 por saca nos portos, em maio desse ano quando os mapas, as previsões elas começaram a mostrar, possíveis geadas pro pro sul do Mato Grosso do Sul e algumas regiões do Paraná”, detalha Matheus.

 

Acontece que as previsões não se confirmaram e as lavouras de milho se desenvolveram muito bem, com resultados positivos e com mais oferta de milho no mercado.

“A medida que essas geadas elas não foram concretizadas e a lavoura foi se consolidando e agora com a entrada da colheita, a gente tem visto boas produtividades com o aumento de oferta desse grão no mercado interno naturalmente que os preços eles tendem a ceder.  Hoje o preço ele está acompanhando a paridade de exportação que é influenciada por Chicago, pelos prêmios dos Portos e pelo Dólar”, explica Matheus.

 

A expectativa é que os preços voltem a subir a partir do mês que vem, nada muito significativo se comparado aos R$ 100 por saca, mas o milho deve ser valorizado nos próximos meses.

“A Associação Nacional de Exportadores de Cereais aqui do Brasil projeta 43 milhões de toneladas de milho exportado nessa temporada. Se isso realmente acontecer, o quadro de oferta e demanda, principalmente os estoques brasileiros, eles tendem a se encurtar um pouco mais, joga toda a responsabilidade para safra verão  2023 e em algum momento a indústria, o mercado interno que precisa consumir vai começar a pagar um pouco mais de prêmio pra manter esse grão aqui e daí a gente acredita que a partir de agosto, setembro conforme esse movimento começa a acontecer, os preços podem voltar a subir um pouco acima aí do patamar que a gente tem hoje, mas não muito”, diz Matheus.

 

Matheus explica que para voltar um aumento alto como quando o milho chegou a R$ 100 por saca, seria necessária uma união de fatores para isso acontecer.

“A gente precisaria aí de uma combinação de fatores para gente ver os preços voltando aí muito acima do patamar que a gente tem hoje. E essas combinações seriam basicamente uma alta expressiva em Chicago causado eventualmente por uma quebra de safra do milho norte-americana, um dólar indo lá pra casa dos R$ 5,70 novamente, os prêmios  uma hora eles podem voltar a se recuperar naturalmente e o quadro de ofertas e demanda ameaçado pela questão da Ucrânia”, explica Matheus.

(Débora Damasceno/Sou Agro )

 

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(Débora Damasceno/Sou Agro)

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