Quadrilha misturava areia na soja de cargas milionárias enviadas para China

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| Areia na soja, era isso que uma quadrilha fazia no Mato Grosso, em cargas milionárias que eram exportadas para a China.

O suspeito de ser o líder do grupo criminoso foi preso pela Polícia Civil durante a Operação Grão de Areia. As investigações apontam que 9 mil toneladas de soja foram adulteradas pela quadrilha que é suspeita de atuar em crimes de furto e fraude na entrega de cargas.

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Segundo a polícia, no período de três meses, o homem apontado como chefe do bando, comprou areia suficiente para construir um prédio de 30 andares. Os crimes ocorriam no terminal ferroviário de Rondonópolis, local importante para o escoamento de boa parte da safra do estado.

SOJA

 

COMO A QUADRILHA AGIA

Segundo a Polícia, a quadrilha é formada por empresários do ramo de transporte e comércio de grãos, agenciadores, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima,  30 pessoas já foram identificadas.

 

As investigações apontaram o seguinte: inicialmente o farelo de soja era carregado em uma empresa na cidade de Primavera do Leste e depois seguia para o terminal de cargas em Rondonópolis. Era lá que a quadrilha fazia a clonagem de outro caminhão com a carga já adulterada.

soja

Enquanto isso, a carga correta, ou seja, sem adulteração, era levada para a empresa do investigado, onde era descarregada e depois vendida por valores abaixo do preço de mercado, gerando um lucro aproximado de R$ 100 mil por carga desviada.

 

Só que tem mais, em outra frente criminosa, que tinha foco nos produtos de soja a granel e farelo de soja. Neste caso, os motoristas de caminhões das cargas lícitas eram aliciados e levados até as empresas dos investigados, lá era feita a adulteração da carga, usando areia.

O grupo criminoso estaria atuando em Rondonópolis desde 2020, tendo desviado aproximadamente 9 mil toneladas de soja e farelo de soja entre janeiro a março de 2021. O valor do produto roubado é estimado em R$ 22,5 milhões, mas com indícios que os crimes continuam.

 

AS INVESTIGAÇÕES

Esta é a terceira fase da investigação que começou em março de 2021, quando 10 pessoas foram presas por receptação, roubo e adulteração de cargas de soja, farelo de soja e milho. Na época, o grupo criminoso estava com uma carga de farelo de soja avaliada em R$ 130 mil. A quadrilha iria transformar a carga roubada em outras cargas adulteradas.

SOJA

Durante a operação desta quinta-feira (28), as equipes cumpriram dezenas de mandados de prisão preventiva e apreenderam pelo menos seis carros utilizados pelos suspeitos.

 

A ação foi deflagrada por equipes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis com cumprimento de 88 ordens judiciais.

Foram cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, 32 mandados de busca e apreensão domiciliar, além de 31 ordens de sequestro de bens nas cidades de Rondonópolis, Pedra Preta, Diamantino e em Cuiabá.

As investigações continuam.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

(Fotos: PC/MT)

 

 

 

 

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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