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Feijão: área de plantio do Paraná diminui 30% em 10 anos

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Em todo o Brasil, a diminuição nas áreas de plantio do feijão é alarmante. Segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra 2021/2022 no País é a menor área cultivada com o grão desde 1976.

No Paraná, nos últimos dez anos, a área de plantio foi reduzida a 30%. Se comparado este ano com ano passado, a queda foi de 13%.

 

O problema é que enquanto isso, no Brasil, o consumo da população gira em torno de 223 mil toneladas de feijão. O principal reflexo de uma  produção que não chega nem perto do consumo é a falta de um dos principais produtos da cesta básica na mesa da população e o aumento do preço nas gôndolas do supermercado.

Segundo o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses) Marcelo Eduardo Lüders, os produtores acabam plantando uma área maior de soja e de milho, que não são produtos tão sensíveis quanto o feijão. Soja e milho apresentam grande mercado externo, com valores pré-fixados. Enquanto a área plantada de soja cresceu mais de 5 vezes, ou 460%, passando de 6,9 milhões de hectares para 38,9 milhões de hectares e a de milho quase dobrou, passando de 11,7 milhões de hectares para 19,9 milhões, o Feijão, por sua vez, segue perdendo espaço. É a cultura com maior redução estimada de área, totalizando 1,048 milhão de hectares na próxima década. O arroz vem em  egundo lugar, com perda de 1,046 milhão de hectares. “Como o feijão não tem mercado futuro, os produtores acreditam que não vai ter valorização. Desta forma, reduz a produção. E não existe um equilíbrio por que não reduz o consumo, muito pelo contrário”, explica.

Confira a reportagem completa:

 

Falta de estoque
Como se não bastasse a produção menor, o Brasil enfrenta um segundo problema que é a falta armazenamento. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura recomenda que um país tenha pelo menos três meses de estoque dos seus produtos básicos, especialmente daqueles produtos que sejam sensíveis a quebras de safra e que tenham dificuldade de importação, que é o caso do Feijão. Conforme informações da Conab, os estoques públicos de Feijão no país foram reduzidos consideravelmente em 2016 e estão completamente zerados desde 2017. Produção deficitária e falta de estoques públicos fazem com que o país dependa cada vez mais das importações.

 

Informação para mudança

Pensando em colaborar para a mudança desse cenário, o IBRAFE desenvolveu o projeto Rally dos Feijões, que vai percorrer um circuito de 2.100km pelos principais polos produtores do Mato Grosso durante 12 dias – entre 28 de novembro e 9 de dezembro. O foco do Rally dos Feijões é sensibilizar, além de produtores rurais, toda a rede que contribui com a atividade agrícola, como cooperativas, cerealistas, agrônomos, técnicos agrícolas, entre outros. O intuito principal é ajudar os presentes a enxergar as oportunidades do mercado, considerando a evolução do consumo e outros indicadores, analisados diariamente pelo IBRAFE, além de dialogar com autoridades públicas locais e regionais, a fim de conscientizá-los da importância do fomento da produção de Feijão.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses)

 

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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