Compra de leite tem o pior resultado desde 2016, diz IBGE

Débora Damasceno
Débora Damasceno

#souagro| A gente tem acompanhado que nos últimos meses a cadeia leiteira tem enfrentado grandes desafios. Trouxemos reportagens explicando os motivos que causaram uma verdadeira avalanche no setor nos últimos meses. A alta no preço do litro  de leite nos mercados foi um dos assuntos que mais gerou repercussão.

Nicolle Wilsek, é técnica do Departamento técnico e econômico (DTE) do sistema Faep/Senar-PR e nos explicou que os indícios começaram ainda no ano passado: “Essa causa do aumento do preço ela é muito direta. Ela é por conta da baixa oferta e aumento da demanda.  Para a gente entender o que levou a essa baixa oferta, nós precisamos voltar uns oito meses atrás lá em outubro do ano de 2021. Em outubro foi o ápice do agravamento e de lá pra cá, muitos produtores não conseguiram sustentar a sua produção. Então produtores que não conseguiam mais controlar a situação dos altos custos produtivos, acabaram deixando a produção. Com a valorização da carne, muitos acabaram abatendo vacas que tinham baixa produtividade, vacas velhas com algum problema e venderam pra carne e acabou diminuindo essa produção de leite”, explicou Nicolle.

 

Além de tudo isso, acompanhamos a história do leite que não é leite que se tornou cada vez mais comum nos supermercados e veio causando muita confusão nos consumidores. Relembre essa história AQUI.

Pois bem, essa união de fatores resultou é claro em números negativos. Para se ter uma ideia, segundo o IBGE, a aquisição de leite cru foi de 5,40 bilhões de litros no 2º trimestre de 2022, uma queda de 7,6% em relação ao 2º trimestre de 2021, e recuo de 8,9% frente ao trimestre imediatamente anterior. Foi a menor captação para um segundo trimestre desde 2016.

 

Houve reduções em 20 dos 26  estados participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, as quedas mais significativas ocorreram em São Paulo (-115,67 milhões de litros), Goiás (-98,62 milhões de litros), Minas Gerais (-95,81 milhões de litros), Rio Grande do Sul (-65,81 milhões de litros), Paraná (-22,07 milhões de litros) e Mato Grosso (-21,66 milhões de litros). Em compensação, os acréscimos mais relevantes ocorreram em Sergipe (+18,18 milhões de litros) e Santa Catarina (+17,45 milhões de litros).

Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 25,0% da captação nacional, seguido por Paraná (14,7%) e Rio Grande do Sul (12,7%).

(Débora Damasceno/Sou Agro com dados do IBGE)

(Foto: Envato)

 

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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