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Como a confusão do leite que não é leite se tornou tão comum?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Na semana passada a gente trouxe aqui no Sou Agro, informações de que o Procon estava de olho nos laticínios que estão vendendo produtos à base de soro de leite, mas com embalagens que se parecem muito com a do leite, ou seja, quem vai comprar se confunde e às vezes acaba comprando gato por lebre.

Pois bem, esse foi um tema que deu o que falar e muita gente nos relatou ter realmente confundido as embalagens. Nas redes sociais, uma seguidora do portal disse “E o leite condensado que agora é uma mistura láctea com amido. Já reparou na caixinha? Eu fiquei indignada! Mas quem não lê as letras miúdas, não sabe o que tá comprando, não sabe se está comprando leite engrossado com maizena que de leite condensado não tem nada”, relatou.

 

Uma outra agronauta falou da dificuldade em ir ao mercado: “Difícil fazer mercado, pois temos que analisar na hora da compra e isso requer muito tempo disponível”, disse.

Esses são apenas alguns relatos deixados no vídeo publicado no instagram do Sou Agro. Se quiser ver todos os comentários, é só ver no vídeo abaixo.

Como isso gerou uma grande repercussão e debate, fomos em busca de mais respostas, eu, Débora Damasceno, tirei algumas dúvidas com a Nicolle Andreassa Wilsek que é Analista Técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/ SENAR PR. A ideia é entender em que momento essa confusão toda de leite que não é leite se tornou tão comum nas prateleiras dos mercados.

” As indústrias e marcas, começaram a trabalhar com produtos que compõem ou suplementam produtos que antes eram apenas lácteos. Os chamados compostos lácteos trazem uma nova fórmula, que inclui, entre os ingredientes, vitaminas, minerais, óleos vegetais e fibras. Essa mudança ocorreu não apenas para “falsificar” produtos lácteos, mas para usar aditivos e suplementos que possam somar nutricionalmente. Em alguns casos, a estratégia não é benéfica e é utilizada para reduzir custo e consequentemente, qualidade do produto em questão”, explica Nicolle.

 

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Nicolle Andreassa Wilsek – Analista Técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema FAEP/ SENAR PR

 

A reclamação principal dos consumidores é sobre as as embalagens, afinal, os produtos ficam nas mesmas prateleiras e com pequenas letras  falando sobre o composto, o que acaba confundindo que compra.
“Essa reclamação é plausível, e essa briga dos consumidores e dos produtores de leite. Toda informação de alteração deve corroborar com o que realmente o produto apresenta. Isso acontece, principalmente, nos casos de suplementação para tornar o produto mais barato na produção, como por exemplo, requeijão cremoso com adição de amido de milho e soro de leite. Outra questão, é a utilização de nomenclatura para produtos de origem vegetal semelhante igual a produtos de origem animal, como por exemplo, leite de soja. Soja não dá leite, o que tem é um extrato de líquido de soja”, diz Nicolle.

 

Para que o consumidor fique atento, é importante saber as diferenças entre o leite e essas misturas que estão se tornando cada vez mais comuns.

“A diferença é composição nutricional. Não podemos dizer que compostos láteos são ruins, muitos são produtos que enriquecem o leite natural, com vitaminas, próbioticos e outros. A questão é que isso deve estar claro na embalagem e apresentação para consumidor poder escolher o que ele quer comprar. Portanto, seria outra linha de produto, sendo que uma não exclui a outra. E basicamente, os ingredientes lácteos devem representar no mínimo 51% da massa do total de ingredientes do produto. Ou seja, o leite deve continuar sendo o principal ingrediente”, finaliza Nicolle.

Só lembrando que usar o soro não é proibido, mas as empresas não podem confundir os clientes na hora da compra.

(Débora Damasceno/Sou Agro )

(Foto: Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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