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Exemplo de união: conheça a história de agricultores que finalizaram obra de aeroporto em 8 dias

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Seria possível uma obra que se arrastava há anos, ser finalizada em apenas oito dias? Bom, agricultores da região de Santo Ângelo no Rio Grande do Sul, provaram que sim. Foi uma verdadeira força-tarefa para entregar a cabeceira do aeroporto Regional de Santo Ângelo, Sepé Tiaraju.

Como o portal Sou Agro adora histórias inspiradoras, fomos saber como tudo isso começou e foi assim que chegamos ao Mauro Tschiedel que é Presidente da ACISA (Associação Comercial, Cultural, Industrial, Serviços e Agropecuária de Santo Ângelo). Em uma conversa inspiradora, Mauro contou um pouco sobre a novela para o término da obra e a decisão de unir agricultores e comunidade para fazer a construção sair do papel.

 

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“Faltava uma estrutura numa das pontas da cabeceira do aeroporto pra que quando o vento não tivesse favorável, o avião pudesse descer por aquele lado. Então hoje o aeroporto de Santo Ângelo está homologado pra descer um 737, porém só em uma cabeceira. Então poderá haver dias que ele vai descer, vai tentar descer e não pode porque está faltando aí a essa estrutura e mais uma uma iluminação. Então a gente tentou ver via governo do estado pra fazer esse processo de construção, a licitação e se falava em quatro, seis meses depende da empresa. A gente começou a conversar
com o sindicato rural como é que a gente poderia fazer isso. A prefeitura municipal tinha um convênio com o estado permitindo obras cíveis dentro do aeroporto. Então o que que a gente fez? Os agricultores querem colocar as máquinas, tem a disponibilidade de fazer o processo das máquinas. A gente precisava do combustível e a prefeitura se dispôs. Então aí se construiu os dois primeiros pilares. Depois a Universidade Regional Integrada com o curso de engenharia disse: não, nós fazemos a parte técnica, acompanhamos esse processo. Então a gente juntou três ou quatro setores pra que isso acontecesse”, detalhou Mauro.

A LONGA ESPERA

Quando se fala da longa espera, é porque realmente a novela é antiga, se arrasta há mais de uma década. Por isso, ter terminado o trabalho tão rápido é uma vitória, afinal a cidade até corria o risco de perder o aeroporto: “Essa obra se não me falha a memória, ela deveria ter sido feita em 2009, quando quando se iniciou o processo. Mas vamos lá, que fosse 2015 já é uma vergonha, a gente tinha que o risco de se não fosse feito isso, interditaria todo o aeroporto provavelmente em 2023 que expirava o prazo de que a ANAC tinha dado que essa estrutura tinha que estar pronta. Então temos temos uma vitória”, explica Mauro.

 

OS GASTOS COM A OBRA

Foram centenas de pessoas e dezenas de máquinas trabalhando para terminar um obra muito aguardada, mas além disso, a economia para entregar a nova cabeceira também foi muito grande: “Eu acredito que 150, 170 pessoas eu não parei pra contar, mas é algo grandioso. Muitas máquinas trabalhando, há uma estimativa de 100 máquinas que foram doados pela comunidade. E a estimativa dessa obra se falava em orçamentos entre antes da subida do diesel, entre R$ 800 mil a R$ 1,2 milhão. A princípio se gastou em combustível R$ 200 mil. Mas mesmo que tivesse gastado R$ 1 milhão e fosse feito em oito dias, dez dias. Mostra que dá pra fazer”, diz Mauro.

 

PRÓXIMAS ETAPAS 

A cabeceira está pronta, mas agora falta mais uma etapa burocrática, para que ela esteja apta a receber os voos: “Agora ela está finalizada, e o que é a próxima fase? A gente tem que homologar ela e aí entra pra fase de papel. Que tem que dizer quanto tem, o tamanho, declividade e mandar as comprovações pra ANAC. Aí vai pra ANAC e a ANAC vai autorizar isso”, disse Mauro.

ORGULHO DO TRABALHO

O trabalho da cabeceira é sinônimo de orgulho a todos os envolvidos que provaram que quando se quer algo é possível conseguir: “A gente chegou a ter 39 tratores trabalhando lá dentro. Aquilo era uma dança, a gente brinca que era uma dança. E aí a gente teve uma comunidade que começou a ajudar, as esposas dos produtores rurais faziam o lanche de tarde. As empresas doavam carne, arroz para o almoço, tinham outros que faziam almoço. Então na verdade foi um mutirão, algo assim que que dá orgulho pra gente. De ver que aconteceu porque as pessoas acreditam nisso. Então a gente chama do cooperativismo, do associativismo, da união das pessoas, ela ainda existe. Ela é muito muito forte”, explicou o presidente.

“A gente trabalhou quinze dias com intervalo de chuva. Então, acho que trabalhou sete, oito dias totais”, acrescentou Mauro.

 

AGRADECIMENTO AOS AGRICULTORES

Para finalizar, o presidente da ACISA, Mauro Tschiedel deixa um recado muito especial aos que participaram dessa verdadeira força-tarefa que tirou uma obra do papel:

“A gente tem muito a agradecer aos produtores, ao Sindicato Rural, é algo de orgulho pra região e que o Brasil pode copiar. Eu acho que a gente tem que usar esse esse exemplo pra outros lugares. Que dá pra fazer. Dá trabalho? Ah, dá trabalho. Tem que lidar com burocracia? Sim, tem que lidar com burocracia. Tem que entender como funciona? Sim, tem que entender. Mas se as pessoas quiserem se o próprio ente público quiser ajudar nesse processo também é importante. Então esse recado eu queria dizer assim, obrigado a todos, parabéns a todos, porque eu acho que a gente fez uma coisa que ninguém esperava num tempo muito curto, não na obra, a obra sim, mas o legado que isso vai deixar. É algo inacreditável”, finaliza Mauro

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

(Fotos e imagens: Acisa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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