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O que o suinocultor deve esperar de avanços para superar a crise?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| A gente tem acompanhando aqui no Sou Agro que os suinocultores estão enfrentando uma crise histórica no setor. Mas afinal, com este cenário, o que o produtor de suínos tem de perspectivas para o futuro? Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a suinocultura do Brasil entra, gradativamente, em um momento de estabilização e retomada, após experimentar um de seus momentos mais críticos na história recente.

Após praticamente três anos de movimento positivo nas exportações e no consumo interno, a suinocultura do Brasil tem enfrentado, desde meados de 2021, um de seus momentos mais desafiadores. A alta acumulada e histórica de custos produtivos, a diminuição momentânea da demanda internacional e o quadro inflacionário interno com o menor poder de compra do consumidor desafiaram o setor a traçar novos caminhos para o restabelecimento da força da cadeia produtiva.

 

No mercado internacional, após a estabilização dos níveis de importações da China – em patamares inferiores aos realizados em 2021, mas superiores aos anos anteriores – o Brasil viu novas oportunidades surgirem para a produção nacional. A mais recente delas é o Canadá, com a abertura de mercado e a habilitação de oito plantas, o que deve aos poucos amenizar a crise.

“Novos players ganharam força nas importações, como é o caso das Filipinas, Vietnã, Singapura, Tailândia e Argentina, que permitiram ao país manter níveis médios mensais de exportações, desde março deste ano, acima de 90 mil toneladas. Considerando todo o primeiro semestre de 2022, a média de embarques foi de 85 mil toneladas. Para efeitos comparativos, a média das vendas nos seis primeiros meses de 2021 foi de 93,7 mil toneladas, enquanto em 2020, a média do primeiro semestre ficou em 79 mil toneladas”, analisa Ricardo Santin, presidente da ABPA.

 

Já no mercado interno, a alta competitividade da carne suína tem gerado efeitos positivos em seu consumo. De acordo com a ABPA, a expectativa é de alta em relação ao registrado no ano passado, ganhando espaço antes ocupado pela carne bovina nas gôndolas. Os investimentos em novas linhas de produtos pelas empresas têm favorecido a elevação de consumo da proteína.

“A competitividade da proteína, entretanto, não tem sido favorecida pelos custos de produção, que seguem elevados. Milho e farelo de soja, embora em preços levemente inferiores aos registrados em 2021, ainda mantêm forte pressão na conta final para as agroindústrias e produtores. Neste quadro, diesel, plástico, papelão e outros insumos acumulam forte alta, reforçando o desafio para produtores que enfrentam a crise. Entretanto, levantamentos recentes mostram que houve ligeira redução da pressão dos custos, com as perspectivas de boa oferta de insumos desta safra, além de uma melhora já observada no comércio com a China e outros mercados relevantes que traz novo alento para as nossas exportações no segundo semestre”, avalia o diretor de mercados da associação, Luís Rua.

(Débora Damasceno/Sou Agro com ABPA)

(Foto: Getty Images)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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