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Autoridades são alertadas sobre atraso nos pagamentos do Seguro Rural

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Nós trouxemos aqui no portal Sou Agro a situação complicada que produtores rurais estão enfrentando para receber o Seguro Rural. Os relatos são de muita preocupação e inclusive, o produtor que nos deu entrevista não quis se identificar por receio de ser prejudicado.

Mas o caso não é isolado. Dezenas de agricultores estão enfrentando o mesmo problema no Oeste do Paraná. Edmilson Zabott é vice-presidente do Sindicato Rural de Palotina. Ele relata que em toda região os produtores estão indignados com o descaso e a dificuldade de receber os valores das seguradoras: “A gente está extremamente preocupado com essa situação pelo fato de as seguradoras estarem com dificuldades ou criando dificuldades para executar as indenizações dos produtores que tiveram perdas da safra 2021/22 de soja. Em função da falta de chuva, essa crise hídrica que aconteceu inclusive com o estado do Paraná, decretando estado de calamidade pública. Já passado mais de 40 dias, a gente vem recebendo ligações e visitas de produtores rurais no Sindicato Rural pedindo apoio e também pedindo que o sindicato aja junto aos órgãos competentes com relação a essas indenizações”, explicou Zabotti.

 

PRODUTORES ESTÃO SE ENDIVIDANDO

O Sindicato está acompanhando essa situação de perto há um bom tempo, mas o problema está cada vez mais grave e tem produtor se endividando por não receber o que está previsto em contrato: “No início a gente entendeu que o volume de indenizações era grande, com dificuldades de vistoria, com dificuldades de encaminhamento de documentação. Até aí a gente vinha entendendo. Mas passado esse período, começaram as preocupações. Os custeios junto aos bancos passaram a vencer e algumas instituições não renegociando prazo, mesmo aqueles bancos que haviam feito o seguro e também o custeio pro produtor rural. O produtor teve que buscar dinheiro fora ou no próprio banco com juros, que você imagina 14, 15% ao ano, para poder liquidar o custeio e até esse prezado momento não foram feito os pagamentos. As empresas que forneceram insumos também chegaram os vencimentos, ela também precisa receber para dar sequência nos seus negócios. Não tinha como o produtor liquidar porque muitas propriedades não houve nem condições de passar a máquina para colher parte desse produto, para liquidar parte dos compromissos e aí vieram os problemas, aí começou a se agravar e o produtor passou a ficar assustado com esse momento”, detalhou Zabott.

 

Zabott, enfatiza que o que está acontecendo não é justo com os produtores: “Nós tivemos uma reunião com produtores e diretores do sindicato onde um produtor levantou um questionamento que as seguradoras que estão no mercado não pagaram, não indenizaram os produtores e elas estão comercializando seguro para a próxima safra e se beneficiando com a subvenção do Governo Federal. Não é justo por quê? Porque nós produtores temos que buscar dinheiro no mercado paralelo para honrar os nossos compromissos, porque nós já estamos tendo problemas com crédito junto aos bancos e junto ao comércio, porque nós não liquidamos os nossos compromissos e com isso o comércio também vem sentindo toda essas consequências. Então é um grande problema que nós estamos enfrentando e parece que ninguém está preocupado com isso”.

ATRASO DO SEGURO AFETA OUTROS SETORES

“Alguns empresários rurais estão argumentando no comércio que é pra segurar a conta que ele tem, porque ele não recebeu do seguro. Aliado a isso tudo e eu já falei lá trás que o comércio iria sentir, Palotina teve uma perda de faturamento com essa crise hídrica de mais de R$ 1 bilhão e que essa conta iria chegar e ela chegou agora atrelada a essa crise que nós estamos convivendo mais esse dinheiro que não está sendo recebido pelo agricultor. Então nós temos muitos problemas relacionados a isso. O produtor pagou o prêmio do seguro e o que assusta nós é que é o próprio banco que vendeu o seguro, ele não está assumindo o compromisso do seguro. E isso está se tornando um problemão. Está se tornando um problema econômico e está se tornando um problema social. Está todo mundo imaginando um agronegócio que é uma referência, mas na porteira pra dentro nós temos problemas gravíssimos. Como que está a cabeça do produtor rural nesse momento?”, finalizou Zabott.

 

PEDIDO DE AJUDA

O Sindicato Rural de Palotina está tomando as medidas necessárias para tentar solucionar esse problema enfrentado pelos produtores: “Nós encaminhamos um pedido formal para a Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná que nos solicitou apólices de produtores para comprovar que esses documentos haviam sido entregues. Encaminhamos para a secretaria numa conversa com o secretário Ortigara e ele deu os encaminhamentos. Entramos em contato também com o Ministério da Agricultura através da Federação da Agricultura do Estado do Paraná que nos pediram apólices. Nós encaminhamos a apólice para essas entidades com nome, CPF e os problemas que vinham acontecendo”, finalizou Zabott.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

(Foto: reprodução internet)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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