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Turismo rural é alternativa de renda para agricultores

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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O turismo rural é uma importante fonte de renda, que agrega as famílias, valoriza o trabalho da mulher, e proporciona um ambiente favorável paras os jovens permanecerem no campo. Essa é a conclusão dos participantes que acompanharam o II Fórum de Turismo Rural, realizado nesta quinta-feira (5) no Centro de Eventos 2, localizado no Parque Internacional de Exposições Francisco Feio Ribeiro. Diversos técnicos do Estado participaram das discussões.

O encontro marcou a abertura da programação dos eventos técnicos da 48ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá, e 25ª Internacional, a Expoingá 2022. Mais de 120 pessoas, representantes de várias cidades da região Noroeste do Paraná, estiveram presentes. Eram produtores rurais, secretários municipais de Turismo e empresários que já atuam no segmento. Até o dia 15 de maio, serão mais de 50 iniciativas de difusão do conhecimento e de intercâmbio de experiências.

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Encontro debate turismo rural no Paraná

Para o secretário de Aceleração Econômica e Turismo de Maringá, Marcos Cordiolli, o segmento é um dos que mais cresce na atualidade, principalmente, depois dos dois anos de pandemia. Esse foi um dos setores mais afetados pelas restrições impostas para conter o avanço da Covid-19. “Nosso foco é investir na facilidade de acesso aos atrativos, na formação profissional das pessoas para um receptivo de qualidade e na oferta de serviços de padrão superior”, diz.

 

Cordiolli cita, ainda, o trabalho de âmbito regional iniciado pela Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense, com a criação da Câmara Técnica do Turismo, em parceria com o Estado. “Com a constituição do colegiado, os secretários municipais têm um canal de comunicação permanente e estabeleceu-se uma sinergia para cada um desempenhar melhor a função dele”, comenta.

Dentro das estratégias adotadas pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), que organiza uma rede de turismo rural do Paraná, a elaboração de roteiro turísticos em cidades menores é um modelo que tem apresentado resultados positivos. “A experiência comprova que regionalizar e buscar integrar as atividades em torno de uma opção estrutura favorece na atração de turistas”, ressalta Terezinha Buzanello Freire, coordenadora estadual de Turismo Rural do IDR.

Um dos exemplos é a Rota da Lavanda, lançada na ExpoLondrina, que engloba Palmeira, Carambeí, Londrina e Umuarama. Os atrativos, principalmente os campos cultivados, estão em quatro propriedades de diferentes regiões, incluindo o laboratório do campus de Umuarama da UEM, onde é possível ver, por exemplo, o processo de extração do óleo essencial da planta.

 

VINHOS

Um dos exemplos citados no fórum foi o da cultura da uva. A partir da história da Vinícola Araucária, localizada em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, os participantes acompanharam a trajetória do cultivo da árvore símbolo do Paraná e da implantação de parreirais, com cepas importadas da França e da Itália, para a produção de vinhos de mesa e espumantes.

“Iniciamos o projeto em 2007. Tivemos a primeira colheita em 2014. No ano seguinte, começamos a engarrafar os vinhos. Em 2020, tivemos a grata surpresa de vencer o concurso Wines of Brasil Awards 2020, em cinco categorias”, diz Renato Adur, que com outros quatro sócios desenvolvem o projeto.

Hoje, além da atividade comercial, a vinícola recebe turistas para fazer passeios guiados, colher a uva, esmagar as bagas com os pés, sapecar o pinhão em fogueiras, percorrer trilhas ecológicas na mata nativa, com riachos, cachoeira, lagos, jardins, visitar o santuário e contemplar a vista panorâmica da região. Podem, também, saborear pratos, que aliam requinte com detalhes regionais, no restaurante local.

 

Na Chácara Castelari, localizada em Marialva, a uva também dita o ritmo do orçamento da família. Com parreirais cultivados em um hectare, eles recebem visitantes para viverem experiências da colheita e almoços, com “comidas da roça”. “É uma atividade familiar, realizada com muito carinho e dedicação”, ressalta Fabiana Castelari. A cidade é reconhecida nacionalmente pela produção e integração das famílias nessa cultura.

Para comprovar ser possível transformar a realidade de um pequeno município, a secretária de Indústria, Comércio e Turismo de Urubici (Santa Catarina), Marinês da Conceição Walkowski, também apresentou o resultado das políticas públicas adotadas para promover o desenvolvimento do turismo rural na cidade do interior do estado, um dos principais destinos da serra catarinense.

Com 12 mil habitantes, Urubici recebe milhares de turistas interessados no frio, em esportes radicais e no contato com a natureza. Rico em atrativos naturais, o município saltou de sete locais de hospedagem, em 2003, para 600, em 2020. “Foi um crescimento acima do esperado. Agora, a preocupação do Poder Público é investir em infraestrutura para receber os visitantes da melhor maneira possível”, comenta.

FÓRUM

Para os promotores e organizadores, o fórum proporcionou a multiplicação das experiências de sucesso compartilhadas com o público. A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, disse que a rentabilidade do turismo rural gera qualidade de vida e prosperidade no campo. “Estamos tentando estimular cada vez mais os produtores locais”, afirma.

O diretor de Políticas Ambientais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Rafael Andreguetto, disse que o segmento é alvo de interesse de uma grande parcela da população que reside nos grandes centros. “Quem vive nas cidades grandes quer ir para roça e colher frutas, cuidar dos animais, ordenhar as vacas. É um mercado em franca expansão”, avalia.

 

(Fonte e fotos: AEN)

 

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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