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Saiba como os EUA estão projetando a próxima safra

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Um dos termômetros utilizados para medir o mercado de grãos no mundo, o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), foi divulgado nesta quinta-feira, com dados sobre a oferta e a demanda de maio e destaque para as primeiras estimativas para a temporada 2022/23.

Com relação à commodity soja, a produção dos EUA deverá alcançar 126,28 milhões de toneladas, ou seja, 1 milhão de toneladas acima da projeção do mercado, com os estoques finais estimados pelos EUA em 8,43 milhões de toneladas. Por sua vez, a projeção brasileira de soja é de 149 milhões de toneladas e exportações de 88,5 milhões de toneladas. As importações chinesas devem ser de 99 milhões de toneladas. O aumento da produção mundial de soja é uma tendência, com avanço de 13%, totalizando 394,69 milhões de toneladas e estoques finais de 99,6 milhões de toneladas.

 

 

Os EUA apresentam um aperto nos estoques finais de soja para a atual temporada, com 6,39 milhões de toneladas e uma nova alta nas exportações. Um substancial corte nos estoques finais foi registrado em abril, superior a quatro milhões de toneladas, para 85,24 milhões de toneladas. A colheita argentina caiu mais 1,5 milhão de tonelada, estimada em 42 milhões de toneladas.

O USDA projetou estoques mundiais de milho acima do esperado pelo mercado para a temporada 2022/23 dos EUA. A safra global foi projetada em 1,180 bilhão de toneladas e estoques finais de 305,54 milhões de toneladas. Isso representa 10 milhões de toneladas acima da estimativa de mercado. Por sua vez, a produção brasileira de milho é estimada em 126 milhões de toneladas para a próxima temporada e exportações de 47 milhões de toneladas, diante de uma colheita de 116 milhões de toneladas para este ano e exportação de 44,5 milhões de toneladas.

A guerra travada no Leste Europeu já beira os três meses. Como uma das consequências, as exportações de milho da Ucrânia caíram drasticamente para 9 milhões de toneladas, contra 23 milhões de toneladas referente a temporada anterior. A produção da Argentina deve atingir 53 milhões de toneladas, sem mudanças frente ao volume indicado em abril. O mercado projetava uma safra na Argentina de 52,1 milhões de toneladas. A África do Sul teve a safra mantida em 16,3 milhões de toneladas. A China segue com sua estimativa de produção projetada em 272,55 milhões de toneladas.

 

CONAB

A atual estimativa para a produção de grãos no país da Companhia Nacional de Abastecimento projeta uma colheita de 271,770 milhões de toneladas para a safra 2021/22, volume que representa um aumento de 6,4% sobre o ciclo anterior. Os dados estão publicados no 8o Levantamento da Safra de Grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (12).

O resultado também apresenta um ligeiro ganho de 2,5 milhões de toneladas quando comparado com a estimativa publicada no mês anterior. Essa melhora na produção é explicada pela maior área plantada de milho segunda safra, além do melhor desenvolvimento no final do ciclo das lavouras, sobretudo de arroz, milho e soja.

Para o milho é esperada uma produção total 116,19 milhões de toneladas, elevação de 33,4% em comparação com a safra 2020/21. A janela mais alongada para plantio da segunda safra somada às condições de mercado favoreceu o crescimento de área do cereal. “Durante as viagens de campo, os técnicos da Companhia identificaram áreas semeadas, inclusive, fora da janela ideal, o que demonstra que a rentabilidade esperada para cultura ainda é atrativa para os produtores”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Esse aumento, inclusive, reduziu o impacto negativo verificado pelas condições climáticas adversas em importantes regiões produtoras para a segunda safra do grão, como Goiás e parte de Mato Grosso. Mesmo com a estiagem registrada, a produtividade no estado goiano deve ser elevada em 31,7% em relação ao ciclo anterior.

Para o feijão, a expectativa de uma boa segunda safra da leguminosa vem se confirmando. O clima mais favorável contribui para um maior rendimento dos grãos, na maioria das regiões produtoras, o que traz uma expectativa de colheita em 1,4 milhão de toneladas, um incremento de 23,3% em relação ao mesmo período da safra 2020/21.

Entre as culturas de primeira safra, a soja já apresenta cerca de 95% da área colhida. A estimativa de produção da oleaginosa está em 123,8 milhões de toneladas, redução de 10,4% em relação à safra anterior. No caso do arroz, a colheita atinge 91% da área. A expectativa da Conab é que o Brasil produza 10,7 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao volume produzido na safra passada. A redução registrada para estes grãos neste ciclo é explicada pela estiagem registrada nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul entre o fim de 2021 e início deste ano.

Dentre as culturas de inverno, o panorama de mercado de trigo estimula os produtores. A expectativa de área plantada do grão no país teve uma elevação de 3% neste levantamento. Destaque para o Rio Grande do Sul, onde a intenção de plantio mostra uma elevação de 9,7%, saindo de 1,16 milhão de hectares para 1,27 milhão de hectares.

(Vandré Dubiela/Sou Agro, com SAFRAS & Mercado e Granoeste)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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