Foto: Envato

Plano Safra: saiba quando a nova verba deve ser liberada

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Se tem uma coisa que o agronegócio está contando os dias para acontecer, isto é a liberação do dinheiro extra do plano safra 21/22. A espera tem se prolongado bem mais que o previsto e isso tem gerado muita preocupação no setor.

O portal Sou Agro foi em busca da resposta sobre o tema e a notícia é positiva, segundo o Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sérgio Souza a expectativa é que dinheiro seja liberado ainda nesta semana: “A nossa expectativa é que tudo isso aconteça agora no meio dessa semana e a partir dessa semana nós tenhamos aí a reabertura do espaço orçamentário para o Plano Safra. Então eu digo o seguinte, quem tem algum financiamento com juros equalizados, corra, porque vai ter aí em torno de uns R$ 24 bilhões, mas vai ser para o Brasil inteiro e como ele está represado já há bastante tempo, então não vai dar pra quem quer”, detalha Sérgio Souza.

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O QUE CAUSOU TANTO ATRASO?

Questionamos o deputado sobre o motivo dessa demora para liberação da verba, afinal o Plano Safra está fechado há um bom tempo, mas deixou de fornecer os recursos para o produtor rural

“Plano Safra nós sempre colocamos assim 21/22. Mas quando você disponibiliza este recurso, ele não é só para 21/22, ele é para pagar o passado também. Quando o produtor rural ele vai até um estabelecimento agropecuário, quer comprar uma máquina e acessa esse recurso com juros equalizados, ele compra pra pagar com juros pré-fixados e ele paga isso durante seis, sete, dez anos em prestações. Então quer dizer o seguinte: que este Plano Safra atual, ele está pagando prestação do passado. Como nós tivemos uma alta da taxa Selic que saiu de 2% e chegamos agora a 12,75%, faltou dinheiro do tesouro para a equalização dos juros pra finalizar o Plano Safra”, explica o deputado.

Muitos fatores causaram o atraso e com aumento das taxas foi preciso solicitar novas liberações: “Nós temos trabalhado esse assunto há muitos meses, conseguimos convencer o governo a destacar um espaço orçamentário e depois encaminhou-se isso através de um PLN, o PLN 1 ao Congresso Nacional, depois de muitas discussões, conseguimos manter os vetos para sobrar esse espaço orçamentário. Aprovado, o presidente da república sanciona, de repente a taxa Selic lá do início, quando nós começamos esse debate que era menos de 10, já estava em 12,75% e o Banco Central fala que esse dinheiro só dá pra pagar as contas do passado, não dá para o futuro. E aí virou uma nova discussão. Nós fomos de novo junto ao governo e agora conseguimos um espaço orçamentário total de R$ 4,3 bilhões, onde R$ 2 bilhões vão para pagar Pronaf e Proagro dentro do Pronafiano, o Proagro é aquele recurso do custeio de quem perdeu suas safras e aí pega todo o pequeno produtor do Brasil. E nós também conseguimos alavancar mais um R$ 1,1 bilhão para reestabelecer o Plano Safra. Mais de R$ 100 milhões vai pra pagar a conta do passado e ficou aí perto de um R$ 1 bilhão para equalizar juros para o atual plano safra vigente, que vence agora no final do mês de junho”, detalha o deputado.

 

DINHEIRO NÃO É SUFICIENTE PARA ATENDER A DEMANDA

Mesmo com toda a espera, o dinheiro liberado para o Plano Safra anterior não será suficiente para atender toda demanda do agronegócio: “Não, não é. Só o valor bruto da produção agropecuária brasileira é R$ 1,3 trilhão. Isso sem falar toda a questão de armazenagem, logística, caminhões, de trem, de navios. Mas dentro da propriedade, colhedeiras, implementos agropecuários, recuperação de solo,  tratores. Quando você coloca tudo isso nós vamos aí ah perto de seria o PIB do agro 27% mais ou menos uns R$ 2,5 trilhões e o Plano Safra é R$ 250 bilhões, então ele dá para 10% disso. O que que acontece com o restante? é o autofinanciamento, é Direto com a Cooperativa, direto com a Trade, direto com cerealista, ali um fornecedor de insumos. Então, o tesouro não consegue albergar todos os produtores rurais e todas as suas compras dentro do Plano Safra. Tanto que para os grandes produtores, os recursos são pequenos ou muito pequenos e a maior parte dos recursos são para os pequenos produtores, que são os pronafianos e para os médios produtores dentro do Pronamp e cada vez mais vai ser assim. Nós estamos criando outros mecanismos que venham ajudar a financiar o agro”, explica Sérgio Souza.

EXPECTATIVA PARA O PRÓXIMO PLANO SAFRA

“Grandes desafios. Porque assim, o orçamento como um todo ele não cresce mais do que o que foi o ano passado acrescido de uma inflação, tem um índice inflacionário que vai ficar na faixa aí de 10%, só que o custo da produção agropecuária subiu muito mais do que 10% . Então o custo de produção subiu muito, mas os recursos não vão acompanhar, porque o espaço orçamentário por mais que suba também. A ideia é alavancar em torno de R$ 330 bilhões no Plano Safra 22/23 com uma equalização de juros que chega R$ 22 bilhões ou seja, quase o dobro do que foi no Plano Safra anterior que foi em torno de R$ 13 bilhões. Só que se a taxa Selic cair pode cair esse valor também de equalização para o tesouro”, finalizou o deputado.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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