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Novo lockdown chinês impacta frete e trava logística

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | E a China, maior economia mundial, anda às voltas com um novo lockdown. O confinamento passa de um mês e os reflexos já começaram a ser sentidos em todo o mundo, principalmente no agronegócio. No maior porto de contêineres do planeta, centenas de navios aguardam a liberação de cargas seja para embarque ou desembarque. Essa morosidade acaba comprometendo prazos e toda a cadeia logística de produtos da agricultura e da pecuária.

O impacto o setor de proteína animal é inevitável. A maior dificuldade está em manter o fluxo logístico e essa situação perdurará enquanto o lockdown for mantido pelos chineses. Além disso, fertilizantes, químicos e componentes de máquinas agrícolas também podem registrar atraso na entrega.

 

 

NAVIOS PARADOS

Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a Solve Shipping e Winard, o número de navios parados na costa chinesa tem crescido a cada mês. De 260 em fevereiro saltou para 412 em abril, alta de 58%. O preço médio do frete na rota Ásia-Brasil. O transporte por contêiner de 40 pés vive paralelos distintos na importação e exportação. O custo para importação vem em uma decadência considerável, hoje estimado em US$ 5.500. Já para fins de exportação, a crescente é notória, atingindo atualmente o valor de US$ 2.550.

Essa situação da logística de transportes é um dos maiores gargalos mundiais na atualidade. O lockdown levou muitos trabalhadores dos portos da China a ficar em casa, impactando de maneira direta no trâmite das mercadorias. Em outra ponta, os navios que estão no Mar Negro também estão com problemas diante da invasão da Ucrânia pela Rússia.

No porto de Xangai, fechou o cerco conter a onda de infecções da Covid-19. Caminhoneiros passaram por testagens regulares e uma das consequências é a visível redução do fluxo de chegada de cargas e interrupções no funcionamento do porto. Esse novo estrangulamento só tender a piorar a situação internacional, que já estava respirando mais aliviada com o número de casos pelo mundo em franca redução.

 

ROBERTO KAEFER, DA GLOBOAVES, COMENTA O LOCKDOWN

Direto da Argentina, o diretor da Globoaves e da GloboBiotech, Roberto Kaefer, conversou com o Portal Sou Agro sobre esse cenário de lockdown observado do outro lado do mundo. “Obviamente que qualquer sinal nesse sentido, faz com que o pessoal fique em casa, entre eles os trabalhadores dos portos. O governo chinês tem tolerância zero com relação à Covid-19. Eles fazem uma ação muito severa para evitar novas contaminações”.

Para Roberto Kaefer, é preciso levar em conta que a China foi uma grande importadora do Brasil. No complexo aves, foram 673 mil toneladas em 2020 e 640 mil toneladas em 2021, representando 36,7% de toda a exportação brasileira para a região da Ásia. Somente para a China, foram 14% do total.

Mas o que impressiona mesmo é a representatividade exercida pela cadeia de proteína animal relacionada ao suíno. Em 2021, a China importou entre 510 mil e 530 mil toneladas, representando 75% das exportações de suínos. “E agora, a suinocultura lá está em crise, como resultado da sobra de produção, afetando diretamente as exportações do Brasil e consequentemente provocando perdas para o setor no País, levando a perdas consideráveis tanto para o produtor do suíno vivo como o do industrializado”, descreve Roberto Kaefer. Os custos elevados têm provocado o desvio da rota para outros portos.

(Vandré Dubiela/Sou Agro)

 

Foto: Xangai Image

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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