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Sericicultores atingidos pela seca socorridos com adubo

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná começou nesta sexta-feira a entregar adubo para sericicultores paranaenses que tiveram as plantações de amoreiras prejudicadas pelas adversidades climáticas, como geadas e estiagem, desde 2019. Houve atraso no plantio e no desenvolvimento das plantas, que precisam de mais nutriente na terra.

O investimento do Estado é de R$ 1,96 milhão para pagar as vencedoras de licitação emergencial e fornecer o adubo, que tem preço médio de R$ 400,00 o saco. Os cerca de 1,7 mil sericicultores beneficiados foram orientados a pegar o produto em postos da empresa de fiação de seda Bratac. A organização do processo é feita por servidores da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e do IDR-Paraná.

As primeiras entregas aconteceram em Nova Esperança, principal município produtor dos fios de seda, para sericicultores que começaram a chegar por volta das 5 horas da manhã. O adubo será aplicado em 3,4 mil hectares de plantação de amoreiras (alimento para o bicho-da-seda).

“A produção de casulos de seda é uma atividade que precisa ser apoiada no Estado, sobretudo porque é desenvolvida em pequenas propriedades, qualificando-se como uma importante fonte de renda na agricultura familiar”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Nós produzimos uma das melhores sedas do mundo e, para que isso continue, precisamos que as amoreiras estejam saudáveis. Por isso atendemos esse apelo do setor, mesmo que de forma emergencial e aquém das necessidades”.

 

 

Mesmo diante dos problemas climáticos, o Paraná se mantém líder absoluto na produção de casulos no Brasil, com 83,9% de participação, seguido de São Paulo e Mato Grosso.

De acordo com o IBGE, em 2021 os produtores paranaenses entregaram 2.321,46 toneladas de casulos. Um produto de muita qualidade que é disputado por mercados importantes como o vietnamita e o francês, além do japonês, italiano, chinês e indiano. Por isso, 96% da produção são destinados ao exterior.

“Estamos trabalhando para sermos justos e adequar a quantidade de sacas ao tamanho da produção”, disse o coordenador Programa Estadual de Sericicultura, Osvaldo de Pádua. O máximo são quatro sacas aos produtores maiores.

“Foi feito um grande esforço, mas é o que se conseguiu como ação emergencial”, afirmou. Segundo ele, cada produtor assina o termo de recebimento e precisará prestar contas do uso do fertilizante.

O produtor Valdeci Dosso é o segundo de quatro gerações familiares que produzem casulos em Nova Esperança. Na manhã desta sexta, ele levou três sacos de adubo para a propriedade, onde produz desde 1980.

“Vai ajudar bem, porque a amora sem adubo não vai, embora eu tenha colocado esterco orgânico. Mas esse adubo que chegou vai ser melhor, vou reforçar porque a amora sai muito melhor e a qualidade dos casulos também”, afirmou. A expectativa, no entanto, é que as chuvas voltem a ser regulares para auxiliar no desenvolvimento. “Se não chover não adianta, mas o adubo é excelente”.

Ele tem amoreiras plantadas em cerca de 2,5 hectares. Com isso consegue nove criadas ao ano, com três a quatro caixas de larvas cada uma. Em média, consegue 60 quilos de casulos por caixa. No último período, em razão da estiagem, das geadas de meados do ano passado e de problemas com deriva de agrotóxico, reduziu quase pela metade.

(AEN)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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