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Plantas podem gerar o próprio adubo interagindo com bactérias

Amanda Guedes
Amanda Guedes
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Muito reconhecida pela comunidade acadêmica dentro e fora do país, Johanna Döbereiner é uma das cientistas que ajudaram o Brasil a se tornar um dos maiores produtores do agro. Nascida em 1924 na antiga Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e a Eslováquia), imigrou para o Brasil em 1950, em meio à instabilidade e perdas deixadas pelo fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. Por aqui, dedicou toda a sua vida à ciência, liderando pesquisas de microbiologia do solo a partir a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), até o final de sua vida, em 2000. Sempre com foco em sustentabilidade, em uma época em que o tema era pouco debatido, Johanna demonstrou que é possível eliminar o uso de adubo químico poluente e caro em culturas como a soja, aproveitando-se somente do que já existe na natureza.

Mais especificamente das Bactérias Fixadoras de Nitrogênio, que são capazes de capturar o nitrogênio do ar, um adubo natural para as plantas. Esses seres vivos, que vivem no solo, nas folhas, nos caules, foram descobertos em 1901 pelo microbiologista Martinus Beijerinck.

Mas foram os estudos de Johanna, a partir da década de 1950, que mostraram como usar as bactérias a serviço da agricultura, já que nem todas têm capacidade de transferir o nitrogênio para as plantas, explica a agrônoma Vera Baldani, aluna, colega de trabalho e amiga muito próxima da cientista.

“A Johanna e os pesquisadores que embarcaram na ideia dela descobriram que as bactérias Rizóbio fazem uma simbiose perfeita com a soja: elas se alimentam da seiva da planta e, em troca, fornecem o nitrogênio para a soja. Uma tecnologia limpa”, conta Vera.

A técnica consiste em introduzir as bactérias nas sementes de soja, que, quando começam a germinar, produzem nódulos nas raízes da planta que funcionam como usinas para a extração de nitrogênio do ar.

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Preços da soja

Os estudos derrubaram a crença da época de que os fertilizantes químicos eram insubstituíveis. A descoberta, ao reduzir os custos de produção, ajudou a transformar a soja nacional em um dos principais produtos de exportação do Brasil.

Estima-se, inclusive, que a fixação biológica de nitrogênio no plantio da soja gere uma economia de US$ 2 bilhões por ano com adubos químicos, segundo a Embrapa.

FONTE – G1/EMBRAPA 

(Amanda Guedes/Sou Agro)

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