Perdas no milho já chegam a 2,3 milhões de toneladas

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

#souagro | O DERAL (Departamento de Economia Rural) da SEAB (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), acaba de divulgar mais uma avaliação da safra agrícola no Paraná e os resultados não são dos melhores. O longo período de estiagem provocou grandes estragos neste mês de abril, considerado “bastante cruel” pelo secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, em entrevista ao Sou Agro.

O mais recente levantamento mostra uma redução de 16% na produção de milho safrinha, gerando uma perda estimada em 2,3 milhões de toneladas. “Boa parte desse resultado, por conta do atraso no plantio, como reflexo da colheita da soja no segundo semestre do ano passado, agravado pela seca e também por danos gerados por doenças”, comenta Ortigara.

 

Governo estimula plantio de milho para aumentar a oferta do grão

 

É uma situação preocupante, principalmente porque o milho encareceu demais, com a saca na casa dos R$ 100. “Estamos com 60% das lavouras em uma condição que vai de ruim para mediana”, avalia. Conforme o secretário, muita gente vem colhendo o milho para fazer silagem, aproveitando ao menos as plantas ou nem mesmo isso. Várias são as regiões afetadas, principalmente o oeste e o sudoeste. O primeiro com 23% a menos de perspectivas de produção e a quem diga que essa realidade chega a 30%. No Noroeste, na região de Umuarama e Paranavaí, em torno de 25% de redução e na região de Campo Mourão, um pouco abaixo dos 20%. “O estrago é considerável”, resume Ortigara.

Por fim, a avaliação global da safra de grãos, neste momento, é de 40,5 milhões de toneladas de grãos no Paraná, um pouco menor do que na safra anterior, cerca de 1% a menos. “De qualquer forma, uma safra grande, contribuindo para o Brasil colher uma safra histórica. Certamente, não fossem os problemas registrados no Paraná, teríamos uma produção brasileira maior do que a avaliada até o momento”, sintetiza o secretário estadual Norberto Ortigara.

 

SOJA

O impacto da estiagem também é sentido em relação à soja. Reposicionamos a safra para 19,8 milhões de toneladas. Mantendo esse ritmo, o Paraná deixará de ser o segundo maior produtor do Brasil, ficando atrás do Rio Grande do Sul. “Não se trata de uma competição, pois eles também foram muito afetados na safra passada, mas nossa produção acabou por ser menor do que poderia, uma vez que retardamos a semeadura a partir de 10 de setembro”.

 

FEIJÃO

A redução da estimativa também ocorre com a segunda safra do feijão, com uma perda de potencial de 25%, totalizando perto de 100 mil toneladas, muito por conta dos efeitos da estiagem prolongada. A fase agora é de início de colheita, mas as lavouras apresentam condições de não boa a ruim.

 

TRIGO

Também há o retardo na semeadura do trigo no Paraná. “É bem verdade que aumentamos um pouco a nossa área, em mais 1,4% em relação à anterior e temos ainda perspectiva de ter uma boa safra, tudo dependendo da boa condição. A esperando é de chuvas no mês de maio, apesar de ser abaixo da média. O ano vinha bem, mas temos muitos problemas”.

(Vandré Dubiela/Sirlei Benetti)

 

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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