Foto: Fernando Dias

Rio Grande do Sul fortalece ações de vigilância contra gripe aviária

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
Foto: Fernando Dias

Depois dos dois casos de gripe aviária em aves silvestres no Espírito Santo, o governo do estado do Rio Grande do Sul fortaleceu ainda mais as ações de vigilância contra a doença. Um balanço foi apresentado pela Secretaria de Agricultura nesta semana.

O Rio Grande do Sul continua sem casos confirmados da doença. “Com os casos detectados no Espírito Santo, se faz ainda mais necessária a robustez dos mecanismos de biosseguridade que a iniciativa privada, as entidades e as empresas vêm adotando com relação à gripe aviária, e também o incremento no trabalho de vigilância que a Secretaria da Agricultura vem desenvolvendo já há uns bons meses”, disse o secretário Giovani Feltes.

Ele destacou a ação da Seapi durante o caso de uma doença chamada aujezsky detectada em São Gabriel no fim de 2022 como exemplo do que esperar da atuação da Secretaria da Agricultura na vigilância da influenza aviária. “É uma boa demonstração de como a Secretaria atua de forma diligente e como seus quadros técnicos estão extremamente preparados e vigilantes”, ressaltou.

A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), Rosane Collares, apresentou dados gerais sobre a produção da avicultura comercial no Rio Grande do Sul e as ações de vigilância ativa e passiva conduzidas pela Seapi desde outubro de 2022, quando os primeiros casos de influenza aviária de alta patogenicidade foram detectados na América do Sul. Além da vigilância passiva e ativa, a Secretaria se articulou com diversas entidades, como setor produtivo, órgãos do meio ambiente, Marinha e Ibama, para disseminar ações de educação sanitária e comunicação de risco.

Na vigilância passiva, que investiga notificações de suspeitas, a Secretaria realizou 73 atendimentos em 2023, que resultaram em 15 suspeitas fundamentadas – quando há recolhimento de amostras para testagem no laboratório de referência para influenza aviária, em Campinas. Todos tiveram resultados negativos.

Em ações de vigilância ativa na avicultura industrial do Estado, a Secretaria visitou 347 estabelecimentos avícolas, coletando 5.324 amostras. Também não houve detecção do vírus de influenza aviária, nem da doença de Newcastle.

“É importante destacar que as atividades que estamos informando aqui já são rotineiras no Serviço Veterinário Oficial. Houve uma intensificação dessas atividades com a proximidade da influenza aviária do nosso Estado”, frisou.

Como o maior risco de ingresso da influenza aviária no Estado é por meio de aves migratórias, a vigilância ativa da Seapi destacou equipes volantes para observação em pontos de pouso dessas aves, como a Reserva do Taim e a Lagoa do Peixe, e na fronteira com Argentina e Uruguai. Até o momento, a Secretaria contabiliza 2.167 ações de vigilância ativa, com 1,72 milhão de aves observadas, cinco suspeitas fundamentadas e nenhum caso confirmado. Foram realizadas 1.548 ações de educação sanitária, com 793 mil pessoas alcançadas.

“A ocorrência em aves silvestres não altera a condição sanitária do Brasil em relação à influenza. Só haverá alteração nesse status se a influenza ingressar na avicultura industrial. Não temos muito como evitar que o vírus entre, por conta da transmissão ser por aves migratórias, mas estamos vigilantes para a detecção precoce”, complementou a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola, Ananda Kowalski.

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de ovos, o terceiro maior produtor de frango de corte e o maior exportador de carne do peru do Brasil. A avicultura, tanto comercial como de subsistência, está presente em 239 mil estabelecimentos agropecuários do Estado, representando mais de 50% do total de 400 mil estabelecimentos registrados no Sistema de Defesa Agropecuária da Seapi, e por isso a preocupação com a gripe aviária.

“A avicultura se ramifica em muitas outras atividades da nossa economia. O setor está fazendo sua lição de casa, a Asgav tem feito ações de comunicação, orientação e educação sanitária, mobilizando outras entidades do agro, como a Farsul, por exemplo. Temos mais segurança para continuar produzindo por causa da eficácia do nosso Serviço Veterinário Oficial, que está permanentemente atuando. Talvez seja esse o segredo do grande sucesso do Rio Grande do Sul hoje na avicultura”, finalizou o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos.

Com Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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