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Pesquisa mostra baixa incidência de doenças para safra do algodão

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino
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Uma pesquisa constatou baixa incidência de doenças para safra do algodão de 2021/2022 em comparação com safras passadas. Essa foi a conclusão dos pesquisadores, técnicos e produtores presentes no 14º Encontro Técnico Algodão, promovido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), em Cuiabá. Um dos fatores que contribuiu para este resultado foi o clima desfavorável às doenças, com redução do período chuvoso nas principais regiões produtoras de algodão.

Durante o painel “Manejo de Doenças da Cultura do Algodão”, coordenado pelo pesquisadorJoão Paulo Ascari, da Fundação MT, com a participação dos fitopatologistas Fabiano Perina e Luiz Chitarra, da Embrapa Algodão, e das fitopatologistas Mônica Müller e Karla Kudlawiec, da Fundação MT, foi realizada uma retrospectiva da última safra.

 

Segundo Ascari, em levantamento realizado nas lavouras de algodoeiro no estado do Mato Grosso pela Fundação MT, na safra 2021/22 quase não houve ocorrência de doenças como a mancha alvo (1%) e a mancha-de-ramulária manteve-se em torno de 30% de severidade. Na safra anterior, o cenário foi de maior pressão da mancha alvo (7%) e a mancha-de-ramulária atingiu severidade de 40%. Na safra 2019/20 houve disponibilidade de água durante o ciclo da cultura, com microclima favorável para o desenvolvimento de ambas as doenças, chegando a 50% de incidência da mancha alvo e 32% da Ramulária.

Perina e Chitarra apresentaram resultados de pesquisa relativos à ocorrência de doenças na cultura do algodão no Oeste da Bahia e no Mato Grosso, respectivamente. Eles ainda apresentaram dados da Rede Ramulária, coordenada pela Embrapa Algodão, além de orientações para o controle das principais doenças da cultura do algodão para a próxima safra.

 

“Esta safra, de forma geral, foi tranquila em relação à ramulária, a principal doença do algodoeiro. As condições ambientais não foram favoráveis ao desenvolvimento da doença. Teve destaque para algumas áreas com maior ocorrência da mancha alvo e problemas iniciais com o fungo Rhizoctonia solani, causando tombamento de plantas no início do plantio e a ‘mela do algodoeiro’ na parte aérea”, relatou Perina.

“A rhizoctonia chamou a atenção por conta do excesso de chuvas no início do ciclo, causando redução no estande e necessidade de replantio em algumas áreas”, comentou Perina. Segundo Chitarra foi possível avaliar e identificar, em lavouras de algodoeiro no norte do Mato Grosso, a suscetibilidade de algumas cultivares a mancha alvo.

 

Recomendações da pesquisa
Entre as orientações para a próxima safra, os pesquisadores enfatizaram a necessidade do produtor usar as principais estratégias de controle, desde o monitoramento correto da lavoura para tomada de decisões mais efetivas, até o uso de produtos químicos com eficiência comprovada para o controle da mancha-de-ramulária e da mancha alvo, bem como técnicas culturais como adequação da população de plantas, manejo da altura das plantas, com regulador de crescimento e a adoção de cultivares resistentes à ramulária ou com menor suscetibilidade à mancha alvo. Para a rhizoctonia, a recomendação é utilizar um tratamento de sementes com produtos comprovadamente eficientes para o fungo e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Embrapa)

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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