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Carneiros e ovelhas podem ficar mais resistentes à verminose; saiba como

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| Se você é produtor e trabalha com carneiros e ovelhas, sabe que a verminose é uma grande preocupação nos rebanhos, mas com avanço nos estudos, isso pode diminuir. É que uma pesquisa conduzida pela Embrapa demonstra que, com ajustes nas proporções de alimentos na dieta, ovinos infectados com verminose podem ter indicadores de desempenho, como ganho de peso e características de carcaça, semelhantes aos de animais saudáveis.

Com os diferentes manejos nutricionais, equilibrando alimentos que são fontes dos dois grupos de nutrientes dietéticos principais, proteína e energia, os cordeiros do experimento manifestaram até mesmo menor presença de parasitos. O resultado demonstra maior capacidade de resistir à infecção, por meio de compensações metabólicas e, assim, manter índices produtivos, ou seja, a dieta adequada promove resiliência à verminose.

 

De acordo com o pesquisador Marcos Cláudio Rogério, da área de Nutrição Animal da Embrapa Caprinos e Ovinos, o experimento aponta uma novidade: o que incrementou a resiliência dos animais não foi simplesmente um maior aporte de alimentos fontes de proteínas, mas encontrar, na dieta, um nível ideal de aporte das chamadas proteínas metabolizáveis (aquelas de fato absorvíveis pelo organismo dos animais). Esse ajuste implica equilibrar não somente os alimentos proteicos, como também os energéticos, pois estes fornecem energia para a síntese de proteínas microbianas que acontece no aparelho digestivo dos animais.

“Acreditava-se que o incremento da resiliência às infecções parasitárias por conta da adequada nutrição animal estava simplesmente no aporte crescente de proteínas nas dietas para pequenos ruminantes. Isso funciona bem até certo ponto. Porque se formos adicionar concentrados proteicos indefinidamente, o excesso será eliminado nas fezes e não aproveitado. Além disso, simplesmente incrementar os níveis de proteína bruta não dá garantia de absorção dessas proteínas e de seus aminoácidos, que podem ser indigestíveis”, observa Rogério, que liderou a equipe responsável pela pesquisa.

 

A pesquisa

No experimento, 40 cordeiros machos foram utilizados e divididos em grupos onde parte foi artificialmente infectada por um dos principais causadores de verminoses em caprinos e ovinos. Divididos em grupos, receberam dietas com diferentes proporções de alimentos volumosos (fontes de energia) e concentrados (fontes de proteína).

A partir da inclusão de 35% de concentrado (65% de proporção volumosa na dieta), houve redução de mais de 65% na contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG) em animais infectados e redução em mais de 63% da quantidade de verminoses na estrutura do estômago de ruminantes.

Conforme as dietas avaliadas, valores de conversão alimentar similares àqueles verificados para animais não infectados, recebendo as mesmas proporções de concentrado, também foram verificados em ovinos infectados que consumiram de 58% a até 69% de concentrado.

No caso de cordeiros infectados que receberam a dieta com uma formulação proporcional de 69% de concentrado e 31% de volumoso, por exemplo, houve ganho de peso médio diário de 261 gramas (g), um rendimento muito semelhante ao dos animais não infectados que, com essa mesma dieta, apresentaram ganho de peso médio de 265 g/dia. Já o escore corporal final para os animais em dieta com essa composição foi o mesmo para os infectados e também para os não infectados.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Embrapa)

 

(Foto: Embrapa)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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