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MS é líder em área de sistemas integrados de produção na agropecuária

Débora Damasceno
Débora Damasceno

Um estudo realizado em 2020 e divulgado pela Associação Rede ILPF constatou que Mato Grosso do Sul é o estado com maior área destinada aos sistemas integrados na produção agropecuária. São mais de 3,1 milhões de hectares com Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em diferentes configurações, mesclando dois ou três componentes de cultura no sistema produtivo.

Ainda de acordo com as informações, Mato Grosso é o segundo maior em área, com 2,281 milhões de hectares, seguido pelo Rio Grande do Sul com 2,216 milhões. A pesquisa estima que mais de 17,43 milhões de hectares são usados com algum sistema de produção integrado na agropecuária do Brasil.

 

imagemIlustração: Associação Rede ILPF

Segundo o gerente técnico do Sistema Famasul, José Pádua, a utilização desses sistemas representa o compromisso de produtores rurais com a sustentabilidade. “A integração lavoura-pecuária-floresta é uma combinação de diferentes culturas que traz benefícios a agropecuária e ao proprietário rural, além de diversificar as fontes de receita, também segue as diretrizes ESG que fortalecem a sustentabilidade do negócio”, destaca.

Os benefícios da integração incluem melhorias ambientais, sociais e econômicas como conservação de solo; aumento da biodiversidade; mitigação de Gases do Efeito Estufa (GEE); bem-estar animal; geração de empregos diretos e indiretos; diversificação de renda para pequenos, médios e grandes produtores; estímulo a qualificação profissional e estudo; maior eficiência de uso de recursos naturais; aumento da produtividade; agregação de valor; redução de custos com insumos; entre outros.

 

Sistemas Integrados de Produção

Em 2021, Mato Grosso do Sul foi o terceiro estado com maior porcentagem de participação em sistemas de integração, em área de uso agropecuário com 16,25%, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul com 31,17% e Santa Catarina com 28,87%.

A integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção que converge a mesma área para produção de duas ou mais culturas, como lavoura de grãos com criação de animais e até mesmo florestas plantadas.

Nesse método, existe o Sistema Agrossilvipastoril, que engloba a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, o Sistema Agropastoril também conhecido como Integração Lavoura-Pecuária, o Sistema Silviagrícola que é a Integração Lavoura-Floresta e o Sistema Silvipastoril fazendo a Integração Pecuária-Floresta.

 

Plano ABC

Os Sistemas Agroflorestais e a Integração Lavoura-Pecuária-Florestas são ações que fazem parte de um dos programas do Plano ABC (Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura), para cumprir o acordo realizado em 2009 na Conferência das Partes (COP) de Copenhague.

O Plano tem abrangência nacional e teve o período de vigência inicial entre 2010 e 2020. Uma das metas era de aumentar em 4 milhões de hectares as áreas com sistemas integrados de produção. Segundo números da Rede ILPF, nos cinco primeiros anos, o acréscimo de 5,96 milhões de hectares respondeu pelo sequestro de 21,8 milhões de toneladas de CO₂ ultrapassando a meta estipulada em menos da metade do prazo.

Com a expansão da tecnologia dos sistemas integrados de produção, estima-se que o Brasil teve um aumento de aproximadamente 52% de áreas com ILPF entre a safra 2015/2016 até 2020/2021.

 

Novas Metas

Com o objetivo de intensificar ainda mais as ações de preservação e sustentabilidade, em 2021 o Governo Federal lançou o Plano Estratégico do ABC+, com visão estratégica para um novo ciclo (2020-2030).

Entre as bases conceituais para o enfrentamento dos impactos adversos da mudança do clima estão: AIP (Abordagem Integrada da Paisagem); a combinação de estratégias de adaptação e mitigação; e o estímulo a adoção e manutenção de sistemas, práticas, produtos e processos de produção sustentáveis.

O que tem feito o Mato Grosso do Sul?

Em comprometimento com a preservação ambiental, foram criados em 2014 por meio da Lei Estadual nº 4.555 a PEMC (Política Estadual de Mudanças Climáticas) e o PROCLIMA (Plano Estadual MS Carbono Neutro), este, por sua vez, com o objetivo de estabelecer um conjunto de ações e medidas de responsabilidade do poder público para mitigar as emissões de gases causadores de efeito estufa, coordenadas pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), implementadas em parcerias com entidades do setor produtivo e demais segmentos para a adoção de boas práticas de produção e sustentabilidade.

 

O Projeto Estado Carbono Neutro tem o intuito de servir como um princípio governamental, para que norteie as ações de política pública para gerar bases metodológicas econômicas, contando com a colaboração do setor agropecuário e industrial, de baixo carbono em Mato Grosso do Sul desenvolvendo e adaptando tecnologias para a redução e mitigação das emissões de gases de efeito estufa.

“Ao atingir esse status o Mato Grosso do Sul contribuirá grandemente e, na mesma proporção, será exemplo ao país, para ajudar a atingir as metas firmadas na Conferência Mundial do Clima. Não é possível pensar mais em política de desenvolvimento sem a adoção de práticas sustentáveis de produção. É esse o modelo de gestão ambiental e de fomento à industrialização que o atual governo do MS está buscando implantar, ratificando o conceito de destinos turísticos, tradição na produção agrícola, ambiente favorável e infraestrutura ideais para a implantação de novos negócios no Brasil”, explica a consultora técnica do Sistema Famasul, Daniele Coelho.

(Débora Damasceno/Sou Agro com Senar)

(Foto: Senar)

(Débora Damasceno/Sou Agro)