Estudos apresentam inovações no controle de pragas

Tatiane Bertolino
Tatiane Bertolino

#souagro| Estudos apresentam inovações no controle de pragas. Saber lidar com doenças é um diferencial para quem produz. Ao identificar as características físicas, comportamentais e reprodutivas dos insetos, a entomologia contribui na construção de técnicas para o manejo mais adequado das plantas.

A Embrapa Agroindústria Tropical publica estudos e pesquisas que visam fortalecer o aparato de conhecimentos e tecnologias para o setor. Essas novidades podem ser encontradas no Repositório de Informação Tecnológica da Embrapa.

 

A partir de uma pesquisa realizada no Campo Experimental da Embrapa, localizado em Pacajus (CE), o estudo “Biodiversidade e hábito alimentar de coleópteros fitófagos associados às Spondias spp.”, elaborado por pesquisadores da Embrapa Agroindústria Tropical, apresenta um inventário das espécies de coleópteros fitógafos, uma ordem de insetos que abrange besouros, joaninhas e escaravelhos, por exemplo, e que se nutrem de matérias vegetais, dando ênfase à biodiversidade e aos hábitos alimentares desses insetos.

As plantas do gênero Spondias spp (família Anacardiaceae) são usadas como hospedeiras. Dentre as frutíferas da família Anacardiaceae, os estudiosos destacam o cajueiro, a mangueira e o pistache.

 

O estudo concluiu que os insetos cujo hábito alimentar consiste em consumir folhas, somam um total de oito espécies e são pertencentes a sete famílias distintas. Dentre as partes afetadas pelas pragas e doenças, destacam-se os frutos, folhas, flores, brotos, botões florais, sementes, tronco, galhos, caule e raízes das plantas hospedeiras.

Pragas do cajueiro

Em atividades relacionadas à cajucultura, o estudo “Grau de infestação  da traça-do-cajueiro em clones de cajueiro-anão consorciados com fruteiras” demonstra os resultados do controle dos prejuízos causados pela traça-do-cajueiro ao ser realizado o cultivo consorciado de clones de cajueiro-anão com as frutíferas banana, mamão e melancia. O cultivo consorciado consiste na cultivação de duas ou mais espécies agrícolas numa mesma área.

 

A traça-do-cajueiro, por sua vez, é a praga mais importante do período de frutificação do cajueiro porque ataca o fruto (castanha), causando elevados prejuízos por destruir completamente a amêndoa da castanha de caju. O estudo investigou a incidência da praga em três clones de cajueiro-anão.

Pragas do tomateiro

A traça é uma praga recorrente em diversos tipos de cultivo. Na tomaticultura, as lagartas alimentam-se do tecido foliar responsável pela fotossíntese (mesófilo foliar) em qualquer estágio de desenvolvimento das plantas, abrindo galerias nas folhas e causando redução da produção. O fruto atacado caracteriza-se pela presença de perfurações.

 

Objetivando fornecer alternativas que possibilitem o cultivo saudável do fruto, o folder “Manejo da traça-do-tomateiro em tomate cereja em cultivo protegido” aborda técnicas de monitoramento e controle da praga, como: avaliação do ataque da praga pela quantidade de minas nas folhas; avaliação do percentual de frutos atacados; controle da praga com produtos registrados para a cultura, com baixo período de carência; redução da massa foliar pela retirada de brotações, ramos e folhas em excesso; expor frutos e folhas novas à calda de pulverização; retirada de folhas atacadas com presença de larvas e pupas; e avaliação da eficiência dos produtos, contabilizando o número de larvas e pupas vivas e mortas após a aplicação.

A pesquisa comprovou que o cultivo protegido pode incidir na baixa manifestação de pragas e na redução do uso de defensivos em até 80%. Com essa redução, observou-se também maior retorno econômico. Outro método de cultivo protegido é o sem solo, em que as plantas se desenvolvem em vasos ou sacos de cultivos contendo um substrato. As necessidades hídricas e nutritivas são providas por meio de soluções nutritivas.

(Tatiane Bertolino/Sou Agro – com Embrapa)

Foto: Lindemberg Mesquita

(Tatiane Bertolino/Sou Agro)

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