milho
AGRICULTURA

Bioinsumos são grandes aliados no controle de pragas

milho
Débora Damasceno
Débora Damasceno

O papel dos bioinsumos no Manejo Integrado de Pragas (MIP) foi tema de debate pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), nesta semana. Os bioinsumos são produtos de origem biológica, como microrganismos, insetos, biomassa e diversos biopreparados, utilizados para o controle de pragas e também para a nutrição das plantas, impactando positivamente a produção agropecuária.

O debate virtual foi conduzido pelo assessor técnico do Senar, Rafael Diego Costa, e contou com a participação do engenheiro agrônomo e sócio fundador da Promip, Marcelo Poletti, que esclareceu os principais pontos sobre o controle biológico no campo.

 

“Apesar de o uso de bioinsumos no Brasil ser recente, o controle biológico tem sido bem aceito pelos produtores, uma vez que eles têm a necessidade de absorver o conhecimento e entender como as novas tecnologias funcionam e trazem benefícios para a atividade agrícola”, afirmou.

De acordo com um levantamento da Spark Inteligência de Mercado, na safra 2020/2021, o mercado de bioinsumos registrou R$ 1,7 bilhão em negócios no Brasil, uma alta de 37% em relação ao volume registrado na safra anterior.

 

Marcelo explicou que o aumento do mercado nacional de bioinsumos, que inclui os biodefensivos, biofertilizantes e bioestimulantes, é “resultado da alta procura dos agricultores, principalmente por microbiológicos (produtos que contém bactérias, fungos e vírus), que se assemelham aos pesticidas pelo método de aplicação”, disse.

Durante a live, o engenheiro agrônomo destacou que os bioinsumos são excelentes ferramentas de manejo de pragas, mas o conhecimento técnico é fundamental. “O controle biológico tem um potencial enorme pela diversidade de utilização em diferentes pragas e culturas, mas ele tem que ser feito da forma correta”.

 

Segundo Poletti, a aplicação de agentes biológicos no campo precisa ser executada no momento certo e, para isso, é necessário fazer o monitoramento e o acompanhamento da ocorrência das pragas no campo. “O produtor tem que conhecer sua cultura e as principais pragas e os períodos em que elas atacam o cultivo”.

Com relação à produção de bioinsumos dentro das propriedades (on farm), foi abordado que deve ser um direito do produtor optar pela produção de bioinsumos que serão utilizados na sua própria atividade produtiva ou adquirir os produtos no mercado.

 

Marcelo informou que essa decisão requer responsabilidade, investimentos e técnica. “O produtor tem que ser consciente e estar preparado. Não se pode usar qualquer organismo, caso contrário, ele terá problemas de desequilíbrio no cultivo e até de contaminação”.

A produção de bioinsumos no Brasil deve crescer nos próximos anos. A projeção de faturamento do segmento é de R$ 3,7 bilhões até 2030, segundo a Croplife. O Programa Nacional de Bioinsumos apresentado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) traz importantes pontos para desenvolver o setor, como acesso a crédito e regulamentação da atividade dentro da fazenda.

 O fomento será feito via crédito rural nas modalidades de custeio para aquisição de bioinsumos ou investimento para montagem de biofábricas. As linhas para esse financiamento estão no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro).

 

(Débora Damasceno/Sou Agro com Senar)

(Débora Damasceno/Sou Agro)