Foto: Envato

“A expectativa é que a liberação saia ainda esta semana”, diz Guilherme Bastos sobre Plano Safra

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro| O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Bastos informou que a liberação do Plano Safra deve sair em breve: “Quanto a liberação dos recursos do Plano 21/22, tivemos reunião na Casa Civil e a expectativa é de que a liberação saia ainda esta semana”, disse. A afirmação foi feita durante reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária nesta terça-feira (7).

plano

 

Já sobre o novo plano safra, o secretário disse que os valores ainda estão em debate: “Com relação à Safra 22/23, continuamos na negociação para aumentar ao máximo o que temos de recursos disponíveis”, afirmou Guilherme.

 

Durante o encontro, o deputado Zé Mario que integra a FPA, disse que debater o Plano Safra é extremamente necessário no momento: “Nunca a gente precisou tanto de recursos para financiar a agricultura”, completou.

O deputado Arnaldo Jardim que também faz parte da Frente Parlamentar da Agropecuária, também ressaltou a importância de liberar o plano Safra: “Estamos buscando diminuir custos e sócios ocultos, e buscando alternativas como os FIAgros. Mas não há dúvida, que precisamos de uma diretriz para os próximos dias no Plano Safra e na garantia de ampliar recursos para o seguro rural”, disse o deputado.

O QUE CAUSA A DEMORA DA LIBERAÇÃO DOS RECURSOS?

O portal Sou Agro tem acompanhado de perto essa espera pela liberação do Plano Safra que se estendeu bem mais que o previsto e tem gerado muita preocupação no setor. Em entrevista recente para o Sou Agro, o Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sérgio Souza explicou o motivo do atraso: “Plano Safra nós sempre colocamos assim 21/22. Mas quando você disponibiliza este recurso, ele não é só para 21/22, ele é para pagar o passado também. Quando o produtor rural ele vai até um estabelecimento agropecuário, quer comprar uma máquina e acessa esse recurso com juros equalizados, ele compra pra pagar com juros pré-fixados e ele paga isso durante seis, sete, dez anos em prestações. Então quer dizer o seguinte: que este Plano Safra atual, ele está pagando prestação do passado. Como nós tivemos uma alta da taxa Selic que saiu de 2% e chegamos agora a 12,75%, faltou dinheiro do tesouro para a equalização dos juros pra finalizar o Plano Safra”, explica o deputado.

 

Muitos fatores causaram o atraso e com aumento das taxas foi preciso solicitar novas liberações: “Nós temos trabalhado esse assunto há muitos meses, conseguimos convencer o governo a destacar um espaço orçamentário e depois encaminhou-se isso através de um PLN, o PLN 1 ao Congresso Nacional, depois de muitas discussões, conseguimos manter os vetos para sobrar esse espaço orçamentário. Aprovado, o presidente da república sanciona, de repente a taxa Selic lá do início, quando nós começamos esse debate que era menos de 10, já estava em 12,75% e o Banco Central fala que esse dinheiro só dá pra pagar as contas do passado, não dá para o futuro. E aí virou uma nova discussão. Nós fomos de novo junto ao governo e agora conseguimos um espaço orçamentário total de R$ 4,3 bilhões, onde R$ 2 bilhões vão para pagar Pronaf e Proagro dentro do Pronafiano, o Proagro é aquele recurso do custeio de quem perdeu suas safras e aí pega todo o pequeno produtor do Brasil. E nós também conseguimos alavancar mais um R$ 1,1 bilhão para reestabelecer o Plano Safra. Mais de R$ 100 milhões vai pra pagar a conta do passado e ficou aí perto de um R$ 1 bilhão para equalizar juros para o atual plano safra vigente, que vence agora no final do mês de junho”, detalhou Sérgio.

DINHEIRO NÃO É SUFICIENTE PARA ATENDER A DEMANDA

Mesmo com toda a espera, o dinheiro liberado para o Plano Safra anterior não será suficiente para atender toda demanda do agronegócio: “Não, não é. Só o valor bruto da produção agropecuária brasileira é R$ 1,3 trilhão. Isso sem falar toda a questão de armazenagem, logística, caminhões, de trem, de navios. Mas dentro da propriedade, colhedeiras, implementos agropecuários, recuperação de solo,  tratores. Quando você coloca tudo isso nós vamos aí ah perto de seria o PIB do agro 27% mais ou menos uns R$ 2,5 trilhões e o Plano Safra é R$ 250 bilhões, então ele dá para 10% disso. O que que acontece com o restante? é o autofinanciamento, é Direto com a Cooperativa, direto com a Trade, direto com cerealista, ali um fornecedor de insumos. Então, o tesouro não consegue albergar todos os produtores rurais e todas as suas compras dentro do Plano Safra. Tanto que para os grandes produtores, os recursos são pequenos ou muito pequenos e a maior parte dos recursos são para os pequenos produtores, que são os pronafianos e para os médios produtores dentro do Pronamp e cada vez mais vai ser assim. Nós estamos criando outros mecanismos que venham ajudar a financiar o agro”, disse Sérgio Souza.

(Débora Damasceno/Sou Agro)

 

(Foto: reprodução internet)

(Débora Damasceno/Sou Agro)

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