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“Se a gente perde a vida não tem mais como trabalhar”, desabafa agricultor afetado pela tempestade
#souagro| Há quase três semanas o Oeste do Paraná se viu diante de um cenário devastador. Uma tempestade passou pela região e deixou um rastro de destruição. Em poucos minutos o granizo destruiu lavouras e propriedades inteiras. Como a gente já vem mostrando aqui no portal Sou Agro, uma das cidades mais afetadas é Maripá. Até hoje os produtores rurais estão na batalha para recomeçar.
Como é o caso da família Lorenson. De longe é possível ver a destruição deixada pelo vendaval: “Um furacão mesmo detonou tudo, foi muito tenso. A família entrou em desespero, foi bem complicado. Eu saí do barracão daí o vento pegou e derrubou. Por pouco eu escapei. Acho que durou cinco minutos. Agora é esperar e graças a Deus a gente com a vida consegue tocar, né? Se não, se você perde a vida, não tem mais como trabalhar”, explica Amauri Kienen, produtor rural e genro do dono da propriedade.
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PREJUÍZOS
Ao entrar na propriedade, a visão é inacreditável. Todas as máquinas estão debaixo do barracão que caiu com a força do vento, por ali pouca coisa salvou: “Tem todos os equipamento da lavoura, né? Tem Uniport, lâmina, trator, plantadeira, tem duas colhedeira lá de baixo. Aqui escapou só o caminhão que foi levado no vizinho e uma colhedeira mais velha que não estragou. O resto virou esses entulho aí. Eu acho que o que estragou aqui dá muito mais do que seis milhões”, explica o produtor.
O SEGURO
Das máquinas destruídas, poucas tinham seguro e agora o jeito é recomeçar: “Só a Uniport e o carretão tinham seguro, o resto não tinham mais. O barracão não tem nada, isso aí vai ter que ser no na raça agora pra erguer”, detalha Amauri.
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FORÇA TAREFA
Em meio ao desespero da família o que se vê é a solidariedade. Muitos vizinhos se uniram em uma verdadeira força tarefa para ajudar a família Lorenson a fazer a limpeza da propriedade e conseguir recomeçar:” No dia que acontece, eu mesmo deixei minha esposa dentro de casa e peguei um trator e saí limpando estrada. Depois eu voltei e fui ver o que que sobrou. Aí nós trabalhamos à noite toda aquele dia, limpando as estrada e ainda tentando salvar alguma coisa. Uma tristeza, né? Porque é reconstrução, trabalho de formiguinha agora. Todo mundo ajudando e é assim”, explica Amauri.
O RECOMEÇO
Se tem uma coisa que o produtor rural não faz é desistir, e é isso. Agora a família vai trabalhar para reconstruir aquilo que a tempestade destruiu em minutos: “Isso aqui tem anos de trabalho, foi levantado devagar, meu sogro trabalhou muito aí. Eu nunca vi algo parecido e espero nunca mais passar, né? Tomara que que Deus coloque a mão e a gente não passa de novo, porque foi complicado, mas vamos se recuperar, né?”, finaliza Amauri Kienen ainda abalado com a tempestade.
(Débora Damasceno com Sirlei Benetti/Sou Agro )