Pescadores ajudam Itaipu a monitorar peixes no rio Paraná

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

Após uma soltura recorde de peixes marcados no último mês de dezembro, a Itaipu Binacional começa a colher os primeiros resultados. Nesta semana, o pescador Valdir Anor de Assis publicou um vídeo mostrando a captura de um dos pacus marcados pela empresa. O peixe foi capturado próximo a Eldorado, 212 km acima da barragem (onde foi solto 80 dias atrás) e devolvido ao Rio Paraná logo em seguida.

Com o fim do período do defeso no último dia 28 de fevereiro e o retorno da atividade pesqueira, a expectativa da Itaipu é obter cada vez mais relatos como esse. Até o momento, foram 50, dos cerca de 2 mil peixes marcados liberados em dezembro. Outro exemplo é o do pescador Adenir de Souza Ferreira, que, junto com a filha Heloísa Ferreira, capturaram um peixe marcado pela Itaipu pouco acima de Guaíra, 175 km acima da barragem.

Conforme explica Irineu Motter, gerente da Divisão de Reservatório da Itaipu, o retorno dos pescadores que capturam esses peixes marcados é muito importante para os estudos feitos pela empresa. “Com a localização, podemos entender a dinâmica de migração desses peixes na região do reservatório”, explicou. “Ainda vamos aguardar mais algumas semanas para termos mais dados e podermos produzir estudos mais consistentes sobre esse comportamento”.

A soltura realizada em dezembro foi a maior já realizada pela Itaipu. Em um só dia, chegaram a ser soltos mil exemplares adultos da espécie pacu (Piaractus mesopotamicus) no corpo principal do reservatório da usina, no Rio Paraná. Na ocasião, o diretor de Coordenação da binacional, general Luiz Felipe Carbonell, participou da atividade.

“Este trabalho nos traz entendimento sobre a efetividade de nosso Canal da Piracema e também permite termos um conhecimento mais adequado de toda a ictiofauna que compõe nosso sistema. O melhor de tudo é poder estar junto da equipe e acompanhar o trabalho”, afirmou o diretor, na época.

Essa foi, também, a primeira vez que a soltura foi realizada no corpo principal do reservatório, longe da margem. A expectativa é poder compará-la com a soltura realizada em outros locais, como o Canal da Piracema, ou nas prainhas. Em setembro de 2019, por exemplo, foram soltos pacus marcados no balneário de Itaipulândia. De lá pra cá, foram recapturados 17% de todas as marcas, o que mostrou um padrão da movimentação dos peixes que se concentraram em áreas próximas ao local da soltura.

Agora, com a pesquisa feita no corpo principal do reservatório, será possível avaliar se esse padrão de dispersão da espécie se mantém ou se é um efeito da alta pressão de pesca no local.

O mais importante para o sucesso do projeto, sem dúvida, é a participação do pescador. Caso seja praticante do pesque e solte, basta anotar o número que aparece na marca – ou melhor ainda, tirar uma foto, na qual o número seja legível – e em entrar em contato com a Itaipu. Os contatos podem ser feitos por telefone, no 08006452002 (Brasil), 595-61-5998777 (Paraguai), pelo whatsapp (45) 98803-0859 ou pelo e-mail [email protected].

Caso opte por consumir o peixe, o ideal é que guarde a marca de plástico e também procure, quando for limpar o pescado, uma segunda marca, eletrônica (foto), que vai estar no meio das vísceras. Às vezes o peixe pode ter apenas uma ou outra, mas sempre que for possível a recomendação de guardá-las é importante para o arquivo do projeto.

Guardando ou não as marcas, a Itaipu entregará um brinde, escolhido pelo pescador, sempre que for avisada de uma recaptura. O brinde será enviado para o endereço indicador pelo pescador.

 

Fonte e foto: Itaipu

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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