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Milho: importação recorde não alivia pressão para 2022

Vandre Dubiela
Vandre Dubiela
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#souagro | Não houve opção para o mercado brasileiro do milho em 2021. A quebra na produção, atribuída às secas e geadas, uma das mais graves de toda a história, pegou o consumidor no contrapé, e a única forma de garantir o abastecimento, foi trazendo milho de fora, ou seja, acelerando as importações.

Continua entrando muito milho no Brasil. Números oficiais do Ministério da Economia, confirmam que quase 27 mil toneladas, estão sendo desembarcadas a cada dia útil. Isso equivale a 142% a mais que a média registrada a um ano atrás. Neste ímpeto, as importações agora de dezembro, podem chegar a patamares nunca alcançados.

De acordo com projeções da Rural Business, há chances de até o fim deste mês, 622 mil toneladas de milho serem desembarcadas no Braisl. Algo surpreendente frente a história. A maior importação já feita até hoje nessa época do ano ocorreu em 2016, e foi de pouco mais de 440 mil toneladas, um ano também carimbado pela forte quebra na produção. Caso esse ritmo seja mantido, os 11 primeiros meses da atual safra 2020/21 serão históricos. A importação de milho pode chegar a 3 milhões e 100 mil toneladas, volume jamais visto, ultrapassando com folga, com um mês de antecedência, a projeção oficial da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que é de 2 milhões e 700 mil toneladas.

Em 2016, o resultado também foi expressivo. O maior de todos os tempos até então, mas sequer, chegou a 3 milhões de toneladas. Existem hoje mais de 17 milhões de toneladas em alto risco climático no Brasil ou quase 60% da produção de verão, que teria que segurar o consumo interno e as exportações até chegar a safrinha ao mercado, o que só vai acontecer no segundo semestre.

Na região sul do Brasil, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo, que os problemas climáticos se multiplicam, com chuvas de até 260 milímetros abaixo da média nos 30 dias analisados. Para muitos produtores, não existe mais chance de reversão. A produção está perdida. E para outros a situação pode piorar ainda mais.

Até o dia 26 de dezembro, o norte de Goiás, Tocantins e Bahia, devem ficar praticamente submersos pela chuva. As chuvas devem extrapolar entre 15 e 100 milímetros nessas regiões e chegar ainda ao coração do Mato Grosso, onde não para de chover há 30 dias.

O paradoxo envolve as regiões de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. A seca predomina e não deve chover até o dia 2 de janeiro. Isso sem contar a indefinição de produção no Brasil, que não só vai afetar o abastecimento de milho no primeiro semestre de 2022, mas ampliar os riscos para a safrinha. Assim que o ano virar, vai começar a corrida por área de plantio nos Estados Unidos, maior país produtor, consumidor e exportador de milho do planeta. A nova safra americana 2022/23 precisam ser cheia, tamanho o arrocho no abastecimento vivido pelo país.

(Vandré Dubiela/Sou Agro, com Rural Business)

(Vandre Dubiela/Sou Agro)

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