Incêndios na fronteira são reflexos de uma seca severa
#souagro| Nós já falamos aqui no portal Sou Agro que os incêndios já destruíram mais de 800 mil hectares de área na Argentina, fronteira com o Rio Grande do Sul e que inclusive o Brasil enviou apoio para combate às chamas. A cidade de Santo Tomé muito afetada pelo fogo, faz divisa com São Borja, cidade gaúcha que também chegou a ser atingida pelo incêndio. O prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, enviou um vídeo para nossa equipe contando das dificuldades enfrentadas com a seca e também sobre a importância do apoio brasileiro ao país vizinho.
VEJA O VÍDEO:
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Segundo o prefeito, a região tem sofrido muito com a estiagem e esses focos de incêndio: “Estamos fazendo um enfrentamento muito grande em relação a estiagem, tanto nas questões da produção de grãos como também na questão da criação de animais, mas também na estiagem referente aos focos de incêndio tanto aqui em São Borja, como nas mais de 400 cidades que já decretaram situação de emergência no Rio Grande do Sul. Tivemos um incêndio grande no último domingo, aqui em São Borja, próximo à área urbana entre os trevo de acesso. A corporação de bombeiros, a comunidade se mobilizou e conseguimos fazer um enfrentamento a esse incêndio. Trouxe danos a algumas propriedades, tanto de empresas como particular, mas graças a Deus as vidas foram preservadas. Foi uma mobilização muito grande, que a gente conseguiu no final do domingo estancar e esse foco de incêndio que se alastrou e com vento norte trouxe sérios problemas”, afirma o prefeito Eduardo Bonotto.
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O auxílio brasileiro ao combate aos incêndios na Argentina veio após um pedido do país vizinho e de acordo com Bonotto esse apoio é fundamental e faz toda diferença: Foi um pedido do Intendente de Santo Tomé e também do governador da província de Corrientes, solicitando um apoio para o combate aos incêndios na província. O governo do estado, sensibilizado também o próprio governo federal se disponibilizaram, autorizaram o apoio de uma força-tarefa, com equipamentos e efetivos das cidades de Canoas, Santa Cruz do Sul, Santo Ângelo, e também São Luiz Gonzaga para auxiliarmos nesse momento de dificuldade que já consumiu aproximadamente 800 mil hectares passando por sérias dificuldades. É momento de darmos as mãos, ser solidários nesses momentos de dificuldade, buscamos fazer também a nossa parte”, finaliza Eduardo Bonotto.
OS INCÊNDIOS
A seca prolongada tem afetado o país vizinho há pelo menos um mês, com registro de vários incêndios rurais. Mas nos últimos dias a situação se agravou e de acordo com autoridades, essas condições climáticas, contribuíram para que os incêndios se alastrassem por uma grande área. O fogo já causou muita destruição nas plantações e florestas, além da morte de muitos animais. O governo da província de Corrientes decretou zona de catástrofe ecológica e ambiental na última sexta-feira (18).
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Prejuízos e auxílio aos produtores afetados
Os incêndios rurais somados a seca extrema que atinge o país vizinho já causaram perdas de mais de 26 milhões de pesos ao sistema produtivo da Província de Corrientes. Em entrevista ao Télam, da Argentina, produtores rurais resumiram a passagem do fogo que já devastou mais de 800 mil hectares, como: “catástrofe”, “tragédia “, “dor”, “desamparo” e “desesperança”.
“É uma catástrofe da natureza, não sei se as pessoas conseguem entender. Muito prejuízo na produção, tristeza e desespero”, Pablo Sánchez, presidente da Associação de Sociedades Rurais.
Por conta dos prejuízos causados pelos incêndios, o governo argentino anunciou que vai destinar 500 milhões de pesos argentinos (moeda valendo 0,48 centavos de real em 21/02), em empréstimos para ajudar os produtores afetados pelos incêndios.
(Débora Damasceno/Sou Agro)