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Dejetos de animais como fertilizante exclusivo na lavoura. Será que funciona?

Débora Damasceno
Débora Damasceno
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#souagro|O IDR-PR (Instituto de desenvolvimento Rural do Estado do Paraná) trabalha há anos em estudos com adubos orgânicos, com dejetos de suínos ou da cama do aviário das propriedades.

Na estação do Instituto que fica em Santa Tereza do Oeste, os testes são feitos em comparação de áreas, fazendo o cultivar com adubos orgânicos e químicos como explica o Pesquisador Dr. Luiz Antônio Zanão Júnior: “Nós estamos há 8 anos fazendo adubação aqui, uma parcela recebe exclusivamente adubo químico de acordo com laudo de análise de solo. Em outra parte da área temos por exemplo adubação com cama de aviário. Recebe a mesma quantidade de nitrogênio, por exemplo, só que a diferença é que todo ano a gente tem obtido as mesmas produtividades. Quando você compara mineral com adubação com cama aviário ou dejeto de suínos. Nós temos produzido quase 5 toneladas de soja com 4 toneladas de cama de aviário só, então o produtor tem que acreditar que esse material é fertilizante. A gente só tem que estabelecer uma dose correta para não exagerar.”

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Os resultados obtidos ao longo dos anos mostram que a utilização do adubo orgânico é muito vantajosa, principalmente para saúde do plantio: “Os nossos resultados mostram que na mesma safra a gente não tem diferença, mas quando eu somo todas as 8 horas safras, os dejetos eles são superiores, porque eles tem os 14 nutrientes que a planta precisa e o adubo mineral às vezes tem 3,4,5 nutrientes e os dejetos são completos.  A gente tem aqui uma região extremamente rica na produção de proteína animal que vai gerar esses resíduos que são ótimos fertilizantes”, explica Dr. Luiz.

A área onde tem adubação orgânica, quando comparada ao solo com adubo químico está visivelmente mais bonita. Isso pode fazer com que os produtores vejam a alternativa com bons olhos, afinal é um fertilizante natural que se encontra nas propriedades.

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Em um momento onde o custo de produção está alto, a situação do fertilizante complicada, com possibilidade até de falta de produto aí para o ano que vem, esta é uma ótima alternativa que não deve ter nenhum prejuízo para o produtor no que diz respeito a potencialidade da planta. “Fazendo uma análise de solo, interpretando bem, é possível fazer uma adubação de restituição, ou às vezes até suprimir dependendo do teor que está o potássio e esse fóssil. Quando os efeitos dos fertilizantes baixarem, volta a fazer uma reposição. Então o produtor pode procurar uma assistência especializada que entenda dessa parte nutrição, recomendação que o efeito do dejeto em comparação mineral é mesmo”, detalha Dr. Luiz.

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A alternativa da adubação orgânica pode ser utilizada pelo produtor por quantas safras ele achar viável, mas é importante ficar atento alguns resultados que os estudos apresentaram para evitar excessos, como explica Dr. Luiz: ” Ele pode substituir sempre, só que o uso contínuo desses dejetos, como eles tem uma composição fixa vai causando desequílibrios, é importante ir acompanhando a análise de solo, viu que subiu algum elemento, tira e volta para adubação mineral com determinado elemento, e vai acompanhando analise de solo.”

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Tem produtor que coloca além do adubo orgânico, também o químico, mas isso não é necessário e se torna um excesso: ” É excesso que vai causar tombamento de plantas, excesso de nitrogênio é prejudicial, a soja vai ficar verde por muito tempo, vai ter que usar mais dessecante então tem que tomar cuidado com a dose recomendada” finaliza Dr. Luiz

Quem tiver interesse em conhecer mais sobre o estudo da adubação orgânica, pode visitar o IDR-PR em Santa Tereza do Oeste/PR. O espaço é liberado para visitação, com demonstrações de resultados. Neste caso é bem importante que os produtores façam os testes antes de começar a utilizar. É possível começar fazendo em uma pequena área e depois com o tempo ele vai adotar na propriedade inteira.

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