Carnes: Paraná mira os mercados coreano e japonês

Sirlei Benetti
Sirlei Benetti

 

A nova condição sanitária do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação marca o início de uma nova fase, que deverá ser intensa em negociações na conquista de mercados. Agora é hora de gastar sola de sapato e papel de passaporte para “vender” o Paraná.

Neste contexto, os adidos agrícolas em embaixadas são peças-chave para abrir o caminho para negócios entre Brasil e os países onde estão sediados. Essa carreira existe desde de 2010, em grande parte, pela contribuição da FAEP e vem gerando inúmeros resultados.

Um dos mercados que gera maior expectativa é o da Coreia do Sul. O adido agrícola em Seul, Gutemberg Barone, aponta perspectivas promissoras ao Paraná. Desde que chegou ao país asiático, em 2018, ele tem trabalhado para cadastrar novos estabelecimentos de Santa Catarina (até então, única área livre de febre aftosa sem vacinação no Brasil) que tenham interesse e condições de fornecer carne suína para os coreanos.

O mercado coreano importou cerca de US$ 1,38 bilhões em 2020, portanto o terceiro maior mercado da Ásia, atrás de China e Japão. Barone calcula que o Brasil tenha potencial para continuar a crescer nesse mercado, nos próximos anos e ocupar posição de destaque nas importações. Nesse ponto entra o Paraná. “Para crescer, a partir de agora, temos que ampliar o número de estabelecimentos autorizados”, aponta.

 

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No entanto, é preciso cumprir uma série de trâmites antes de começar os embarques de proteínas para o país da Ásia. “Até chegar na habilitação dos alimentos há um diálogo que envolve diversos órgãos de governo”, revela Barone.

Após a negociação entre governos, quando chegar o momento da habilitação, entram em cena as missões estrangeiras. Esse processo requer a participação do setor privado, pois há documentos que precisam ser preenchidos. “Os exportadores precisam estar prontos para receber missões. Tudo que der para antecipar, pode acelerar posteriormente o início das exportações”, ressalta o adido.

Mesmo antes do reconhecimento ter sido sacramentado na OIE, já foram enviados documentos para comprovar a robustez do sistema sanitário do Paraná. “Já apresentamos algumas informações sobre a nova área que queremos incluir. O processo já está em andamento desde setembro de 2020 para vermos se conseguimos acelerar”, compartilha.

 

Moral no Japão

Quando o assunto é exportação de alimentos, o Brasil tem uma ótima fama no mercado japonês. Isso pode ajudar os produtos paranaenses a ganharem espaço no Japão, conforme a avaliação do adido em Tóquio, Ricardo Ossamu Maehara. “Felizmente, não temos barreiras nesse sentido. O consumidor japonês, primeiro de tudo, é curioso. Pelo fato de o território brasileiro estar distante do Japão, isso desperta ainda mais curiosidade”, exemplifica.

Uma das oportunidades de curto prazo para o Paraná no Japão é a venda de carne suína, segundo Maehara, já que os japoneses são grandes consumidores desse alimento.

Para agregar o máximo de valor aos produtos e conseguir fechar negócios que viabilizem a comercialização, o adido recomenda que seja feito um amplo estudo de mercado pelas empresas que estão prospectando novos negócios. “Isso pode direcionar de maneira mais certeira os produtos para mercado japonês, não só na carne suína”, detalha.

 

Fonte: FAEP

(Sirlei Benetti/Sou Agro)

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